Virou-lhe o mundo ao contrário e marcou-a para sempre. Muitos anos depois, não havia ainda braços que a segurassem melhor, nem companhia que lhe soubesse tão intensamente a paraíso, por mais tortuosos que fossem os caminhos percorridos e profundas as marcas da passagem do tempo.
No fundo, não podia deixar de pensar que tudo valera a pena: que o caos e o abismo haviam sido também a redenção e a felicidade, tudo sempre com aquele não sei quê que era nada e tudo ao mesmo tempo, amizade e todos os sentimentos de repente confundidos, fraqueza e força, dor e amor ardente, cicatriz e arrepio, lágrimas e riso, surpresa e deslumbramento, solidão e companhia, frio e calor; e aquela emoção da primeira vez, sempre diferente, mas sempre repetida.
E sabia que mais ninguém a percebia e conhecia tanto, nem a poderia fazer assim tão desmedidamente feliz.
Gosto de histórias felizes. :)
ResponderEliminarA maior parte das histórias são felizes e infelizes, Luísa. Esta também. Mas o "saldo" é claramente positivo. :)
EliminarIsabel
ResponderEliminarÉ um belíssimo texto, este seu!
Não o tomo como a descrição de uma história feliz. Mas sim como a descrição da felicidade a que cada um tem direito e que muitos nunca tiveram.
O amor tem caminhos insondáveis, diz o Senhor!
Abraço
Tem caminhos insondáveis, sim, Helena. Não é uma história feliz, mas também não é uma história infeliz. É feita de inferno e paraíso, como a vida.
EliminarObrigada. Outro abraço :)