O que será o CDS depois da saída de Paulo Portas é ainda uma incógnita. Para já, apenas a certeza de que seja o que for que venha a passar-se será certamente diferente do que foi até aqui.
A este respeito, Adolfo Mesquita Nunes, de quem gosto muito e cuja opinião tenho em grande consideração, dá hoje uma entrevista ao DN que vale a pena ler e da qual transcrevo apenas algumas passagens. Estas:
Sobre se a saída de Portas foi ou não na altura certa: Não sei se é oportuno avaliar a bondade ou a justeza da decisão. O que interessa é que a decisão foi tomada e o CDS tem que decidir o que fazer com ela. A decisão coincide com um novo ciclo político que evidencia algumas mudanças que podem ser um oportunidade histórica para o CDS. (...) O CDS deve aproveitar uma maior dificuldade de renovação e actualização do PSD e surgir como a novidade que as pessoas precisam. (...) assumindo-se como o partido do reformismo sensato, que quer mudar o que há a mudar, com sensatez, com método, com pragmatismo e não por imposição externa ou ideológica. (...) Não podemos ambicionar ter o mesmo estilo de liderança sem o líder que a inspirava. Por outro lado, penso que os desafios com que Paulo Portas se foi deparando, e que foi vencendo, são diferentes dos desafios que temos agora pela frente.
Sobre Nuno Melo e Assunção Cristas: Assunção Cristas tem um espírito pragmático e sensato assinalável. Nuno Melo tem um sentido político preciso e uma combatividade invulgar. Espero que o partido continua a contar com os dois. (...) Já defini aquilo que é para mim importante, agora vamos ver se algum corresponde à minha análise.
Eu preferia que Paulo Portas tivesse continuado como líder do CDS, mas entendo a sua decisão. E a conjuntura também a propicia, por diferentes razões. Não sou de ficar nostalgicamente agarrada ao passado. E, por isso, agora, importa antes de mais o que aí vem. Mas, contrariamente a Adolfo Mesquita Nunes, eu sei quem prefiro. Por muito que o partido possa continuar a contar com Assunção Cristas, que tem qualidades inegáveis, quem pode e deve assumir a liderança, por ser mais capaz de o fazer, é Nuno Melo. Dentro de dias, haverá certamente novidades.
E, em função do que vier a acontecer, posso também decidir continuar no CDS, ou deixar o partido...
Assunção Cristas representa uma mudança de estilo mais radical em relação ao passado. Tem a vantagem de não ficar tão exposta a comparações com o passado, ao contrário do Nuno Melo que pode ser visto como um Portas pequenino. Assim, talvez a Cristas funcione melhor... Apesar de, no meu caso, confesso não ser grande fã: parece-me um Guterres em senhora.
ResponderEliminarNão concordo consigo, Sérgio. Cristas não me parece uma mudança radical, assim como não vejo em Nuno Melo um "Portas pequenino". Até porque Portas só há um e é absolutamente único, inimitável.
EliminarNão sou fã de Cristas, nem grande nem pequena. Reconheço-lhe qualidades mas há nela um "não sei quê" puramente intuitivo e que não sou capaz de definir, que me desagrada em absoluto. E sei que não a quero para presidente do meu partido.
Uma vez ouvi uma intervenção da Cristas relativa à nova lei do arrendamento. Não gostei. Fiquei com a ideia daquelas políticas de não levantar grandes ondas, umas banalidades para cima da mesa, meias decisões (sem nunca se comprometer com nada) que acabam por se tornar em não decisões. Daí a referencia ao método Guterres: vai-se não decidindo até que não se tenha que decidir coisa nenhuma. Mas sempre com muita simpatia. Insonso, insonso...
EliminarÉ uma simpatia que (me) soa a falso, vá lá saber-se porquê...
EliminarParece que a minha profecia sempre se confirma. E agora?
EliminarPara já, estou de espectadora. E depois, decido em conformidade...
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