http://www.youtube.com/watch?v=ybXwVObeDTY
Ainda que a vida nos vá ensinando que nunca nada é garantido nem pode ter-se como certo, e que ninguém é de ninguém, subsiste muito, mesmo entre "gente crescida", a ideia de que quem amamos nos pertence.
Não são apenas os casos extremos, de contornos patológicos, mas uma tentação mais ou menos difusa e quase inconsciente de, na insensatez de um querer desmedido, tentar segurar o que se sabe que pode a cada momento fugir-nos por entre os dedos, em pequenos sinais reveladores que procuram restringir a liberdade de escolha, limitar a acção e reduzir vontades, ao ver em cada palavra, em cada gesto, em cada sorriso, em cada olhar de quem quer que se aproxime, por mais inocente e desinteressado que seja, uma ameaça velada ou um perigo iminente, que desencadeia uma suspeita a crescer desalmada, a qual se manifesta depois nas mais variadas, absurdas e por vezes até ridículas ostentações de posse, que não são mais do que aquela desesperada "afirmação de um direito de propriedade" de que fala Vergílio Ferreira, por exemplo, e que, na realidade, não existe.
Quem vive o amor assim, vive-o mais centrado no eu que no outro quando, afinal, mesmo numa grande paixão, não vale tudo. Na verdade, as pessoas mais possessivas e controladoras, que vivem atormentadas na ânsia de preservar o que julgam pertencer-lhes, acabam por ser, não raras vezes, as que são mais "enganadas". Porque esquecem o essencial: que o amor é o desejo genuíno de duas vontades em sintonia.
É legítimo, claro e humano, até, o medo de perder quem se ama, ou a vontade de eternizar o abraço de uns braços que amparam e confortam e nos quais sabe tão bem abandonar-se. E deixar-se levar ao paraíso. Mas amar é muito melhor que segurar à força, é ir e voltar, agarrar e deixar partir. É ter o mundo inteiro à espera e escolher ficar. E querer demorar-se. E é, também, uma lenta e às vezes dolorosa aprendizagem da generosidade. De aceitar o outro como ele é, de saber que não nos pertence e de o deixar ir, livremente. O que é bonito no amor é saber que quem nos rouba o coração pode a qualquer momento deixá-lo cair pelo caminho. E dar, dar, dar, sem perguntar porquê e sem querer saber de mais nada, nem sequer do que está por vir. E deixar-se ir, esquecendo as dúvidas e os medos. E acreditar. Porque acreditar é uma das melhores e maiores provas de amor.
Quem vive o amor assim, vive-o mais centrado no eu que no outro quando, afinal, mesmo numa grande paixão, não vale tudo. Na verdade, as pessoas mais possessivas e controladoras, que vivem atormentadas na ânsia de preservar o que julgam pertencer-lhes, acabam por ser, não raras vezes, as que são mais "enganadas". Porque esquecem o essencial: que o amor é o desejo genuíno de duas vontades em sintonia.
É legítimo, claro e humano, até, o medo de perder quem se ama, ou a vontade de eternizar o abraço de uns braços que amparam e confortam e nos quais sabe tão bem abandonar-se. E deixar-se levar ao paraíso. Mas amar é muito melhor que segurar à força, é ir e voltar, agarrar e deixar partir. É ter o mundo inteiro à espera e escolher ficar. E querer demorar-se. E é, também, uma lenta e às vezes dolorosa aprendizagem da generosidade. De aceitar o outro como ele é, de saber que não nos pertence e de o deixar ir, livremente. O que é bonito no amor é saber que quem nos rouba o coração pode a qualquer momento deixá-lo cair pelo caminho. E dar, dar, dar, sem perguntar porquê e sem querer saber de mais nada, nem sequer do que está por vir. E deixar-se ir, esquecendo as dúvidas e os medos. E acreditar. Porque acreditar é uma das melhores e maiores provas de amor.
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