Será este tempo de excessos e euforia que me faz de súbito querer o teu corpo, prendê-lo nos braços, apertá-lo contra o peito e dar-me inteira ao desejo físico, na excitação do que há nisso de mais carnal e lascivo, essa vontade que trazemos connosco, atravessada em corpo e espírito desde o início, atracção e abismo, sim e não, feita de vontades fortes e fundas que nos revolvem entranhas e arrepiam a pele, e se desatam de repente em sintonia, como uma fatalidade a que não podemos escapar.
Não sei se queria ter-te sempre comigo, mas hoje, que é Carnaval no calendário e tudo é mais corpo e fantasia, quanto não dava para abraçar-te já e aqui, e perder-me no teu colo, entregue à exaltação dos sentidos, na volúpia incontida de ser inteiramente tua, um só corpo em fusão total, momento sublime que se eterniza em prazer imoderado, todo superlativo, num exagero que é talvez paixão, nos corpos que se procuram, se juntam e se confundem, sem antes nem depois, sem passado nem futuro, apenas nós dois agora, na simplicidade de quem se dá sem constrangimentos nem distância, sem haver o que nos separe ou detenha, nem tempo, nem espaço, nem nada nem ninguém, na insensatez de instantes só nossos em que, arrebatadoramente, apenas nós existimos. E nada mais importa...
Adorei.
ResponderEliminarAh, obrigada.
EliminarUm texto que apetece ler.
ResponderEliminarUma música que dá prazer ouvir.
Obrigada.
EliminarJá agora, passei lá pelos seus "reflexos" e gostei da fotografia do eléctrico 28. ;)