terça-feira, 25 de agosto de 2015

Trovante, sempre outra vez


Sou da geração Trovante. Aquela que cresceu e viveu a ouvir, a cantar, a acreditar, a sonhar e a emocionar-se com as canções que nos marcaram tanto e nos embalaram os amores, os anos e as vidas.
O grupo acabou em 91, mas de vez em quando reúne-se de novo, para alegria e encantamento dos que, como eu, os querem sempre voltar a ver juntos, matar as saudades e partilhar momentos, afectos, sentimentos. 
É por isso que cada concerto é sempre uma festa. Igual e diferente de todas as anteriores. Foi o que aconteceu anteontem, uma vez  mais, em Cascais. A noite estava chuvosa e o concerto era ao ar livre. Julgo que a última vez que nos tínhamos encontrado fora em Outubro de 2011, na comemoração dos 35 anos do grupo. Mas, tal como acontece com os amigos verdadeiros, esses quase quatro anos não fizeram a menor diferença. A alegria foi a de sempre e ninguém esmoreceu. E foi a mesma magia das outras vezes: em silêncio, como no "Sorriso" e na "Esplanada", ou em euforia em tantos outros momentos, vozes ao alto, aos berros até, no coro de "Perdidamente" ou "Timor", aos pulos em "125 azul" ou "Caravelas", cúmplices em "Um caso mais" ou "Saudade" viajámos no tempo com a certeza de que continuamos ligados uns aos outros como antes, mas também com o acréscimo de tudo o que a maturidade nos deu de novo. 
Em conjunto, com as emoções à flor da pele, revisitámos os grandes êxitos que são já nossos e não apenas dos músicos: do "Baile no Bosque" em diante, ouvimos tudo o que queríamos ouvir, sem falhar nada.
Pode parecer saudosismo, mas não é disso que se trata; nem de querer voltar atrás. No fundo todos sabemos que o Trovante de há trinta anos, hoje, já não faria sentido. Agora trazemos connosco as marcas visíveis da passagem do tempo e a sabedoria e as cicatrizes que os anos nos deram. E continuamos a fazer um caminho que tem este património comum, como um tesouro que cada um de nós leva consigo, que guarda na memória e no coração, que mima e preserva à sua maneira. 
E depois, às vezes, juntamo-nos outra vez para celebrar isto que nos une. E é tão bom!... Porque é uma nostalgia boa que toma conta de nós e que nos traz de volta o que há de mais íntimo e enternecedor na lembrança de todos estes anos. E que nos ampara e embala a vida.


2 comentários:

  1. Gosto de os ouvir... e sentir.

    Beijos.

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    1. Também eu, mfc, Sou fã número um. Nenhum grupo marcou e acompanhou tanto a minha vida.
      A banda sonora que conta a minha história tem a voz excepcional de Luís Represas e inclui muitas canções do Trovante, sem dúvida. :)

      Beijinho

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