Foi, uma vez mais, através da minha querida Helena que lá cheguei. É o último blogue que descobri, e acho que vale a pena conhecê-lo. Porque é esteticamente irrepreensível, o que constitui à partida um factor que me faz decidir ficar, ou apenas parar, sem vontade de me deter.
Tem um forte pendor filosófico, que também me agrada, e embora goste mais de uns e menos de outros, como sempre acontece, encontro nele textos muito bem escritos, daqueles que me deixam a pensar, ou me colocam questões que nunca vira assim.
Como isto, por exemplo:
Constata-se uma crescente dificuldade ao nível da atenção e concentração, uma incapacidade de atender ao que é social e culturalmente profundo, ficando-se pelo superficial e imediato. Dificuldades cada vez mais associadas a uma comunicação permanente, sempre on line, sem tempo de espera, sem silêncios, sempre com o som de uma sms, do messenger, onde quase se tweeta como se respira, onde há sempre uma televisão ou um computador ligado. Um estado mental onde só existe o presente como tempo absoluto. Um estado mental que não deixa ler mas apenas passar os olhos por cima. Um estado mental que não deixa pensar mas apenas passar a cabeça por fora.
Estes quatro quadros de Vermeer têm um objecto em comum: uma carta. Cartas onde, ao contrário do estado mental atrás descrito, há um silêncio. Um tempo de espera. De suspensão. Um congelamento da acção, talvez inversamente proporcional ao fervor interior das emoções. Um tempo do desejo. Um tempo de desejo que cresce no interior de um tempo de espera. Um mundo de expectativas. Uma experiência interior. (...) No silêncio da alma. No bater do coração. Que hoje, claro, continua a bater e sempre baterá. Mas que já não se ouve bater pois só no tempo do silêncio, do desejo, da espera, é possível ouvir bater.
Ora eu, que adoro escrever cartas, - à antiga, pois claro, - que persisto em escrever à mão e a tinta permanente, e que seja lá por que motivo for, vou também dando cada vez mais importância ao silêncio, não posso deixar de me sentir tocada por um texto como este.
Mas ainda há mais: há textos que misturam com mestria humor e raffinement. Que se lêem esboçando um sorriso e no fim apetece dizer: é isto!
Constata-se uma crescente dificuldade ao nível da atenção e concentração, uma incapacidade de atender ao que é social e culturalmente profundo, ficando-se pelo superficial e imediato. Dificuldades cada vez mais associadas a uma comunicação permanente, sempre on line, sem tempo de espera, sem silêncios, sempre com o som de uma sms, do messenger, onde quase se tweeta como se respira, onde há sempre uma televisão ou um computador ligado. Um estado mental onde só existe o presente como tempo absoluto. Um estado mental que não deixa ler mas apenas passar os olhos por cima. Um estado mental que não deixa pensar mas apenas passar a cabeça por fora.
Estes quatro quadros de Vermeer têm um objecto em comum: uma carta. Cartas onde, ao contrário do estado mental atrás descrito, há um silêncio. Um tempo de espera. De suspensão. Um congelamento da acção, talvez inversamente proporcional ao fervor interior das emoções. Um tempo do desejo. Um tempo de desejo que cresce no interior de um tempo de espera. Um mundo de expectativas. Uma experiência interior. (...) No silêncio da alma. No bater do coração. Que hoje, claro, continua a bater e sempre baterá. Mas que já não se ouve bater pois só no tempo do silêncio, do desejo, da espera, é possível ouvir bater.
Ora eu, que adoro escrever cartas, - à antiga, pois claro, - que persisto em escrever à mão e a tinta permanente, e que seja lá por que motivo for, vou também dando cada vez mais importância ao silêncio, não posso deixar de me sentir tocada por um texto como este.
Mas ainda há mais: há textos que misturam com mestria humor e raffinement. Que se lêem esboçando um sorriso e no fim apetece dizer: é isto!
Chama-se ponteiros parados e posso garantir que merece uma visita. Ou muitas, até...
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