Alguém diz com lentidão:
«Lisboa, sabes...»
Eu sei. É uma rapariga
descalça e leve, um vento súbito e claro
nos cabelos, algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta nos lábios e nos dedos,
descendo degraus e degraus
e degraus até ao rio.
Eugénio de Andrade
(Fotografia de Maria Cristina Guerra)
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