Com as férias mesmo a chegar, redescubro o prazer do aconchego no meu sofá, e de me entregar à preguiça como quem se entrega nos braços de quem ama, de ter tempo até para não fazer nada, de ir noite dentro sem querer saber de toques de despertador a horas obscenamente matinais, nem de obrigações e de campainhas, horários, correrias, algazarra, excesso de papéis, afazeres, confusão.
Agora não quero saber do que não seja este esplendor que se anuncia para daqui a nada, e a volúpia dos dias de sol, de mar e de amigos, de conversas boas e de despreocupação, de longas manhãs de sono e de sestas com música e livros pelo meio, de cinemas e de passeios sem destino, à deriva pela minha Lisboa, tudo sem dia nem hora, guiando-me só pela minha vontade e o despudor e o luxo de fazer tudo o que me apetece e me dá bem-estar e felicidade, e de poder saboreá-lo devagar, na deliciosa lentidão das horas em que a vida abranda e se sente o tempo a passar.
Sempre tive um fraquinho pelas férias de Primavera, de longe as minhas preferidas... E estas, mereço-as tanto...
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