segunda-feira, 16 de março de 2015

Canções da minha vida (IX)


Na minha vida, a música francesa ocupa um lugar de destaque. É mais do que uma referência; ela moldou-me a personalidade, fez-me crescer e ser gente e, ainda hoje, não vivo sem ela. É mais que uma companhia; é uma marca que trago comigo. Como uma tatuagem, ou uma cicatriz.
E Brel, é claro, é-(me) um nome fundamental, porque é enorme. Poeta, autor, cantor, intérprete, actor, há nele uma força que vem do mais profundo da alma, que lhe explode na voz, e não  pode deixar de emocionar quem a ouve.
A mim, embalou-me amores e desamores, e acompanhou-me em muitas horas boas e más. De sempre. De antes e de agora. Porque nunca me canso de a ouvir. E tendo que escolher uma canção, hesito entre as conhecidíssimas ne me quitte pas, la valse à mille temps, quand on n'a que l'amour, ou la chanson des vieux amants, ou outras menos óbvias, como le plat pays, la quête, mon enfance, les timides, les vieux, les bombons ou la Fanette. Gosto de todas. Hoje, escolho esta...
Lembro-me vagamente de Brel ter morrido, julgo que no final dos anos 70. Mas, na verdade, os artistas assim não morrem nunca.

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