Que ligam o meu ser, vivo e total,
À agitação do mundo do irreal,
E calma subirei até às fontes.
Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.
Irei beber a luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.
Sophia de Mello Breyner
Às vezes faltam-me as palavras. E procuro-as. E inquieto-me. Outras vezes, muitas vezes, em momentos assim, sinto-me bem quando encontro nas palavras dos outros, e em outros olhares, fulgurações do que não sei dizer, mas não consigo calar.
E isso sossega-me tanto...
E isso sossega-me tanto...
(Fotografia de Paulo Abreu e Lima)
Ler Sophia é algo quase divino.
ResponderEliminarInterpretá-la, um prazer.
Acontece que por vezes me faltam as palavras para comentar a subtileza das suas palavras, Isabel.
Beijinho
Para quem gosta de poesia, Sophia é um nome incontornável. Ela sim, merecia o Prémio Nobel (em vez do outro). Ou se calhar não... Provavelmente, retira-lhe-ia parte da sua grandiosidade.
EliminarQuanto ao resto, obrigada. Fico um bocadinho envergonhada e lisonjeada em simultâneo com o que me dizem às vezes e ecoam na minha cabeça vozes familiares "expões-te muito!", mas sou assim e acho que no fundo não tenho nada a esconder. Sei lá!...
Beijinho