segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O meu mais novo


Agora que "Isto e Aquilo" está quase a fazer quatro anos, que já se adaptou a este mundo e é membro pleno da família, achei que seria a altura de dar vida a outros nomes, que há muito tenho na ideia.
Quando comecei, foi só pela curiosidade de experimentar o que isto era. Pela novidade. Depois veio a surpresa e o prazer, que me fizeram querer levar por diante a aventura. E então afeiçoei-me: ao blogue e a tudo o que ele me trouxe.
Foi assim que reencontrei o gosto da escrita regular, que as correrias da vida me haviam feito abandonar não sei quando nem porquê, e com ele o exercício de pensar, de me descobrir e revelar de uma forma mais rigorosa e frequente, de "arrumar" as ideias e as emoções, entre o que é dito/escrito e o que as palavras apenas deixam pressentir ou entrever.
Ignorei todos os avisos (e foram muitos) de gente sensata que me falou sobre os riscos da "exposição excessiva" e de "malfeitores" que habitam estes meios. E lancei-me mais ou menos de cabeça, coração e corpo inteiro, como faço em quase tudo, sem querer saber do que vem depois.
Não me arrependo de nada. Tive sorte. O que veio foi bom. Hoje, este é acima de tudo um lugar de pensamento, de opinião, de afectos e de cumplicidades; de conhecimento e de aprendizagem, também, onde estou como em casa, assumindo sem medo nem vergonha o que penso, na certeza de que tudo o que pensei, li, escrevi e experimentei fez de mim uma pessoa diferente, talvez até mais atenta ao que vai estando à minha volta, nem sei bem.
"Há-des cá vir" vem assim na sequência desta festa das palavras, mas ainda é muito pequenino; tem só dois dias... 
Tal como me aconteceu com o primeiro, ainda não sei bem no que vai dar. Mas essa é a parte aliciante, Afinal, a vida não é apenas isto, claro, é outra coisa, até, mas isto faz parte dela. E enquanto me divertir, vou estando por aqui.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Concerto(s)


No blogue do Pedro Rolo Duarte encontrei um texto com o qual concordo em parte. É sobre o concerto que houve um dia destes, no Coliseu, de Jorge Palma e Sérgio Godinho. Gosto muito do primeiro e não sou grande fã do segundo. Mas parece que foi fantástico. O texto do Pedro diz assim:

Já tinha ouvido o disco gravado ao vivo. Conheço as canções todas há anos sem fim. Vi dezenas de concertos de ambos. O que me podia surpreender na noite de ontem, no Coliseu, ao longo de duas horas, com Jorge Palma e Sérgio Godinho?
Aparentemente, nada.
No entanto, tudo. A energia daqueles dois génios (os rapazes não vão para novos, mas estiveram mais de duas horas em palco…); a capacidade de nos contagiarem com o gosto (que se sente) que sentem em cima do palco; a cumplicidade absolutamente genuína - e tantas vezes subtil.. - entre os dois, e deles com os restantes músicos; a proximidade e distância dos universos musicais, quebrada por arranjos e encontros e cruzamentos que tornaram uno o que estava dividido; e por fim, a quantidade de grande canções que cada um deles tem em dezenas de anos de carreira. A soma de tudo isto é um espectáculo único e  inesquecível.
As canções de Sérgio Godinho e de Jorge Palma são, pelo menos para mim, fotografias do álbum da minha vida. Ilustram momentos, marcam acontecimentos, estiveram presentes mesmo quando não chamei por elas. Juntas, vestidas de novo, não deixam de convocar esses momentos - mas acrescentam-lhes pormenores, suaves mudanças de perspectiva, até novas interpretações. 
Foram duas horas cheias, vivas, comoventes. Das melhores que a música portuguesa me deu nos últimos anos. Quando cheguei a casa, ainda cheio de sons e emoções, fiquei a pensar na razão de um bocado de uma cantiga do Jorge Palma, que devia ser lema de vida e tantas vezes tenho a tentação de ignorar, por cansaço ou apenas desalento:
Enquanto houver estrada para andar/ a gente vai continuar / enquanto houver estrada para andar/ enquanto houver ventos e mar / a gente não vai continuar

Um concerto é um momento único, irrepetível, cujas emoções são impossíveis de igualar ouvindo o CD, vendo o DVD, ou seja o que for. Ao longo dos anos,  quantas vozes e canções já me emocionaram, quantas vezes a vida se interrompeu e tudo foi apenas a magia do instante? Nem sei...
E, ainda assim, de cada vez é um sentimento único, novo, diferente, quase como a ilusão, o mistério e a surpresa que tem tudo o que acontece pela primeira vez.
E fiquei a pensar que há já algum tempo não vou a um concerto. E que me faz falta...

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Recuperar

Há quem diga que as horas de sono perdidas nunca mais se recuperam, mas eu não acredito.
E o  que os fins de semana têm de bom, entre outras coisas, é justamente essa possibilidade de pôr os sonos, e os sonhos, e a vida em dia...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Simplicidade


Quando eu era adolescente, havia a moda dos bonecos "amor é..." com umas máximas mais ou menos pirosas, que serviam para encher os cadernos, forrar os manuais escolares, trocar, coleccionar, e sei lá que mais.
Agora, que a adolescência já vai longe, o amor é menos ostensivo, mas muito mais simples e sereno: basta a felicidade de estar perto da vista e (sempre) colado ao coração.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

(Des)ligados


Se olharmos em volta, o que vemos por todo o lado são cabeças inclinadas sobre um écran, figuras cada vez mais ensimesmadas e sós, ausentes do mundo real, da Primavera a chegar, do canto dos pássaros, do calor do sol sobre o corpo, de olhares e gestos alheios, do tempo que não volta atrás e da vida a passar.
Somos cada vez mais dependentes da tecnologia, e raramente nos apercebemos de que, ainda que possa às vezes ser de grande utilidade, também vivemos muito bem sem ela.
Mas, se por acaso esquecemos o telemóvel e ficamos impedidos de o usar até à noite compreendemos então com maior clareza que, afinal, não nos fez falta nenhuma.
E o dia parece até mais luminoso... 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Avassalador



Para quem há que tempos ansiava um filme marcante, aqui está ele. Neste caso, pouco importa que seja uma co-produção da Irlanda e do Canadá, ou que seja escrito por Emma Donoghue, uma irlandesa autora de um livro com o mesmo título, baseado em histórias reais.
Room é um filme de emoções: de lágrimas grossas a correr pela cara, - desde 2001, com "o quarto do filho" de Nanni Moretti, que não me lembrava de chorar tanto no cinema - mas também de ternura, de raiva, de dor, de maravilhamento e de candura; de amor.
E é isso que o torna ao mesmo tempo denso e grandioso. É a veracidade que Brie Larson e um fantástico Jacob Tremblay (de apenas nove anos) dão aos seus papéis e personagens, que fazem com que durante duas horas aquela sua vida seja também a nossa, que vivamos isolados com eles, naquele quarto, trancados, longe da vida real, na angústia de conseguir escapar daquele inferno ou, depois, na delicada complexidade da descoberta do mundo.
Um filme, um livro, uma canção são grandes quando nos tocam. Quando nos inquietam ou apaziguam. Às vezes apenas nos distraem e logo se esquecem. Será isso, talvez, que distingue a arte do entretenimento.
Deste Room e do que ele nos contatenho a certeza, não me vou esquecer por muito tempo...

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Daqui a nada...


É a altura do ano de que eu mais gosto e para mim começa um pouco antes da data oficial. Porque é no dia dos meus anos que a Primavera chega à minha vida; e até ao começo do Verão, os dias enchem-se de luz e claridade, de cores garridas e cheiros intensos, de sabores fortes, de pássaros, de flores, e de um imenso, inebriante e tranquilizador azul. E então, tudo volta a ser possível...

(Fotografia do blogue À Esquina da Tecla)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Longe e perto


Há pessoas, quase todas aquelas a quem muito queremos, que chegam à nossa vida por uma casualidade qualquer que gostamos de acreditar ter sido um alinhamento favorável dos astros, ou a força de um destino que já pressupunha que os nossos caminhos se tocassem.
E, por isso, o mais bonito dos afectos e sentimentos  que nos ligam é o que nem precisa de ser dito, porque se sente pelo lado de dentro e apenas se partilha em momentos de sintonia perfeita, ou se guarda no fundo do coração e se evoca às vezes na brisa da tarde, na tranquilidade azul do horizonte, num cheiro, uma cor, um som,  que nos traz a certeza de que não há mar, nem silêncio, nem distância que possa separar-nos, e que, mesmo quando as palavras escasseiam e o tempo flui, há qualquer coisa só nossa, que mais ninguém conhece, que faz parte das nossas vidas e existe à margem delas, que se vive em total liberdade, sem pressa, sem obrigações, sem agonias, mas é um laço especial, muito apertado, como um presente dos céus, que nos enche a alma e faz (ainda) um bocadinho mais felizes.
É assim, na magia de um olhar, no mistério de um sorriso, na doce e terna lembrança de uma intimidade construída como se a vida e o tempo fossem infinitos, que me emociona saber, e sentir, que gosto muito de ti.

(Fotografia do blogue pinta-amores)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Rir é sempre o melhor remédio

Saber rir de tudo, e em primeiro lugar de si mesmo, é sinal de sabedoria; e é, sem dúvida, uma das melhores maneiras de levar a vida.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

A força das palavras



Um dos grandes encantos das línguas é o facto de cada uma delas encerrar em si uma visão do mundo que as torna de certo modo impossíveis de traduzir, porque qualquer equivalente que possamos encontrar  será já outra coisa.
Há o exemplo clássico da palavra "saudade", que alguns dizem ser um exclusivo do português, apesar de isso não ser inteiramente verdade. O difícil é transmitir noutra língua,  e numa só palavra, tudo o que ela encerra. 
Há depois o caso da palavra "rentrée",  que só em francês abrange a sua infinidade de sentidos.
E no que toca aos afectos,  - tão ostensivamente visíveis no dia de hoje, mesmo que as comemorações tenham o sabor do estereotipo e de uma visão demasiado formatada da vida,  - não há "je t'aime", "I love you", "ich liebe dich" ou "amo-te" (refiro-me apenas às línguas que conheço) que se aproxime da força arrebatadora de um "te quiero".


(...)
Te quiero vida mía,
te quiero noche y día,
no he querido nunca así.
Te quiero con ternura,
con miedo, con locura,
sólo vivo para ti.

(...)
Yo te seré siempre fiel
pues para mí quiero en flor
ese clavel de tu piel y de tu amor.

(...)
porque te quiero,
te quiero, te quiero,
te quiero, te quiero, te quiero
y hasta el fin
te querré.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Luxos


Por mais complicadas que sejam as circunstâncias em que nos encontramos, quando a vida nos troca as voltas e se vira do avesso, e nem tudo parece "correr sobre rodas", é sempre bom pensar que há um caminho e que "melhores dias virão".
É por isso que, apesar de estar numa fase menos boa, continuo a sentir-me de certo modo afortunada. Porque sou uma optimista, e porque tendo a pensar que quando temos saúde, que é o mais precioso dos nossos bens, tudo o resto acabará mais cedo ou mais tarde, melhor ou pior, por resolver-se.
Os meus luxos - tenho vários - não são materiais. A minha maior riqueza é a dos afectos, que tem para mim uma importância fulcral, e de cujo valor e grandeza vou tomando maior consciência com o passar do tempo. Parece até um lugar comum, mas são os amigos que sempre me amparam e aconchegam em  todas as horas, incluindo as menos boas. Ou principalmente nessas...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Coquetterie


Ensinaram-me, desde a mais tenra idade, que devemos apresentar-nos em cada circunstância com a indumentária apropriada e sempre de aspecto lavado e mais ou menos irrepreensível. É uma questão estética, mas também de educação e de respeito por nós e pelos outros, acho eu.
É talvez por isso que tenho muita dificuldade em entender que as pessoas vão para o trabalho de ténis, por exemplo, ou vestidas com a descontracção do fim de semana, ou dos dias de férias. Pior: sem tomar banho, alegando que gostam mais de tomar banho à noite e outras coisas do género, acabam sempre por cheirar um pouco "a raposinho" e por ter mau aspecto. 
Pode até parecer esquisitice minha, mas a forma como nos mostramos seja onde for diz muito a nosso respeito. E afinal, usando bom senso e algum cuidado, podemos estar bem em qualquer lugar, sem ostentação, mas também sem aquele ar que hoje se vai vendo um pouco por todo o lado, e a que a minha mãe se referia depreciativamente como "parecer um desmazelada". Nada mais deprimente...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Perto de ti tudo é mais simples...


Para atravessar contigo o deserto do mundo 
Para enfrentarmos juntos o terror da morte 
Para ver a verdade, para perder o medo 
Ao lado dos teus passos caminhei 

Por ti deixei meu reino meu segredo 
Minha rápida noite meu silêncio 
Minha pérola redonda e seu oriente 
Meu espelho minha vida minha imagem 
E abandonei os jardins do paraíso 

Cá fora à luz sem véu do dia duro 
Sem os espelhos vi que estava nua 
E ao descampado se chamava tempo 

Por isso com teus gestos me vestiste 
E aprendi a viver em pleno vento
                                 

                                                              (Sophia de Mello Breyner)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O dom da escrita



Os medos de toda a gente
Medo. M-E-D-O, quatro simples letras fazem uma palavra muito forte. O medo está em todos nós, mesmo que esteja muito escondido.
Eu tenho medo de aranhas. Quando estão por perto, tento ignorá-las, senão sai um grito bem agudo.
O escuro, para mim, é outro obstáculo, sobretudo quando estou sozinha, ou é de noite.
Ler ou escrever acalma-me. O barulho da caneta a roçar no papel, ou o som do virar da página, é relaxante para mim. Cá está uma coisa de que não tenho medo: exprimir-me através da escrita.
Se quem lê este texto também tiver medo, escreva.
Neste momento ouvi um grito!!! Olhei em redor; nada! Se calhar foi um grito da minha mente, a chamar por alguém que não existe...Ou então foi a despedida do medo, porque já viu que é mais difícil agarrar-se. Mas eu sei que ele há-de voltar. Volta sempre, ou então nunca se vai embora de verdade.


No meu jardim
Os esconderijos escasseavam. Os tiros e passos ecoavam de todos os lados. Nenhum sítio parecia seguro. Mas aquela casa acalentava a esperança do grupo de coelhos.
Num dia soalheiro, naquela hora quente, a pequena família decidiu entrar. Por um buraco da rede, esgueiraram-se para o grande jardim. Tanta relva. Tantas flores. Tantas bolotas. Para eles era o paraíso.
Habituados a viver entre matos de verde e castanho, aquele jardim era delicioso.
Passos miudinhos acordaram-nos do devaneio. Estacaram. Desapareceram tão misteriosamente como vieram.
E os coelhos, cautelosos, foram percorrer a propriedade. Terrenos a perder de vista. Bolotas a rolar pelas rampas íngremes. Árvores com copas cheias de pássaros a fazer gorjeios.
Os passos voltaram. Tão rapidamente como da primeira vez. E um rosto pequenino apareceu lentamente. Com os olhos esbugalhados de curiosidade. A pouco e pouco, perceberam que aquela família não lhes faria mal. Pelo contrário. Admirava-os.
Os coelhos, com um pouco de pesporrência, aproveitavam-se disso. Todos os dias, no grande jardim, brincavam e corriam. E a menina todos os dias olhava para eles. Os animaizinhos sentiam-se protegidos dentro do globo quente daqueles olhinhos curiosos.
(Maria S. M. Coelho)

Escrever, como cantar, dançar, ou pintar, é um dom que já nasce connosco e pode depois ser ou não desenvolvido, até que mais cedo ou mais tarde acabe por revelar-se. 
Toda a gente pode aprender a escrever, a cantar, a dançar, a pintar, ou seja lá o que for, porque há a técnica, claro está, mas nunca o fará da mesma maneira como quem o faz com alma, vindo do lado de dentro, do mais fundo de si.
Vejamos este exemplo: estes são dois textos de uma menina que tem apenas dez anos. Pode já ter lido muito - sei que o fez -  e isso é uma bela ajuda. Mas ser capaz de, com tão pouco tempo de vida, ter este domínio das palavras, esta sensibilidade e uma tão grande capacidade reflexiva é, sem dúvida, ter um talento especial. Temos artista!...

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Goya da melhor canção original


Às vezes, quase sempre, o cinema europeu passa-nos um pouco ao lado, entretidos que andamos com as grandes produções norte-americanas, cheias de acção e efeitos especiais, excessivamente violentas ou fantasiosas, e esquecendo que o cinema que verdadeiramente nos toca é também feito de sentimentos e emoções tão simples e avassaladoras como as que experimentamos na vida real.
Para mim, que sou um apaixonada das culturas francesa e espanhola, não me escapam os Césares, nem os Goya, aos quais dou quase mais importância que aos Óscares.
Ontem, realizou-se a 30ª edição dos Goya. E, enquanto esperamos que pelo menos Truman, considerado o melhor filme, chegue às nossas salas e com ele nos seja permitido ver de novo Ricardo Darín  (Goya do melhor actor) de que eu tanto gosto, vamos ouvindo Pablo Alborán, que com apenas 26 anos ganhou o Goya da melhor canção original, com Lucas Vidal, pela canção "palmeras en la nieve" no filme com o mesmo nome. Muito merecido. Tem uma voz magnífica e, como se isso não bastasse, é também "um bálsamo para os olhos"...

Uma delicada subtileza


O que há talvez de mais tocante no filme Carol é o silêncio e os detalhes. Claro que também conta a magnífica fotografia e o ambiente anos 50 como pano de fundo. E, acima de tudo, duas excelentes interpretações: Cate Blanchett, com muitas provas dadas, a mostrar uma vez mais a grandeza do seu talento na típica femme fatale, sedutora, altiva e enigmática; e Rooney Mara, que tem em si qualquer coisa de Audrey Hepburn, a ganhar força e consistência à medida que Therese vai assumindo para si mesma a sua identidade sexual, ambas possuidoras daquela mistura de força e fragilidade tão especialmente femininas.
Este é um filme de uma grande delicadeza e elegância, de sentimentos que se ocultam e se revelam por força dos constrangimentos da época, de palavras que não se dizem, de olhares intensos e gestos contidos: e não será por acaso que nunca a palavras homossexualidade é mencionada. É tudo isto que faz a originalidade do filme e que o torna bonito e emocionante. Vale a pena ver, pois claro... 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Quem canta...


Dizem que "quem canta seus males espanta". Eu não sei cantar. Mas não saberia viver sem música. E gosto que cantem para mim... 
Ou, como diz alguém de quem gosto muito: "O que é preciso é calma..."

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Se pudesse...


Sonhava às vezes fugir para muito longe, ir embora no exacto momento em que esse pensamento chegava, ser outra pessoa ou começar outra vida, num lugar onde o horizonte fosse a perder de vista e a o coração pudesse sossegar, embalado pelo clamor das ondas, em doce quietude redentora.

(Fotografia do blogue À Esquina da Tecla)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Da chico-espertice...


Do Costa aos que me estão mais próximos, observando o que me rodeia,  começo a chegar à conclusão que são os chicos-espertos os que melhor se vão "safando" na vida, os que não olham a meios para atingir o que pretendem, os que em mentirinhas, dissimulações e pelos mais sinuosos caminhos vão conseguindo chegar onde querem, de acordo com um plano minucioso previamente traçado, ou apenas ao sabor das necessidades de cada momento.
E às vezes, só às vezes, mesmo que por breves instantes, penso se não seria bom conseguir ser também assim...