quarta-feira, 21 de março de 2018

Já é Primavera


Depois do Inverno, morte figurada,
A Primavera, uma assumpção de flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores.

                                               (Miguel Torga)

Tempo de cores fortes, perfumes e luz, começa agora, para mim, o tempo mais feliz de cada ano...

quarta-feira, 7 de março de 2018

"Nesta data querida uma salva de palmas"



Este não é um dia qualquer. Hoje, o dia é todo meu. Quem me conhece sabe bem a importância que lhe dou e como, em cada ano, o preparo que esmero e antecedência, como se fosse sempre o primeiro. Porque gosto muito de ter nascido, gosto de mim e da minha vida, com todas as suas imperfeições, incompletudes, fragilidades e inquietações. Talvez, também, justamente por causa delas.
Fazer anos é para mim uma coisa boa, natural, digna de festejo apropriado, pois é sinal da passagem do tempo e há em mim muitas marcas do caminho percorrido. Agora que já "sou crescida", conheço-me bem, com todas as qualidades e defeitos de que sou feita, e também as sensibilidades, matizes, segredos, manias, sonhos, gostos  e maluqueiras. E acho que, no fundo, sou boa pessoa; e que fazer parte do meu círculo de amigos deve ser bom.
Gosto deste meu dia que traz consigo a Primavera, o sol, as cores e os perfumes intensos, a força e a alegria, como novas promessas de recomeço e de bem-estar.  Gosto do número 7, que é tão especial, e que acredito que me tem abençoado a vida toda.
É por tudo isto que, neste dia, dispenso sempre os formalismos e clichés típicos, o bolo de velas e o "hoje é dia de festa cantam as nossa almas", mas nunca trabalho, rodeio-me de flores (são-me indispensáveis as frésias amarelas que me dava a minha mãe) e das pessoas que me são mais queridas, e recebo todos os mimos, beijos e abraços que continuam a aquecer-me o coração como quando era "pequenina"; e celebro-o sempre em grande estilo, porque me parece que mereço e porque a vida tem sido boa para mim e tenho sabido, dentro da medida do possível, aproveitar o que realmente importa e esquecer o resto.
A idade também ajuda: ensina-nos muita coisa, apesar de, na cabeça e no coração, continuar a ter todas as idades e a vontade de experimentar e de ir mudando aqui e ali. Lembro-me, às vezes, da Duquesa de Alba, porque não me importava nada de vir a ser assim, como ela, uma espécie de "velha gaiteira"...