segunda-feira, 11 de junho de 2018

Lisboa cheira a cocó


Ter um cãozinho de estimação tornou-se definitivamente uma moda. E tratar os cães como se fossem pessoas, outra. Nada contra, a não ser quando isso incomoda. E incomoda muitas vezes. Porque os donos dos cães não têm a mínima noção de coisa nenhuma, o que significa largar os cães e deixá-los correr à solta na praia, ladrando e passando por cima de quem está a apanhar sol tranquilamente, por exemplo, ou encher os passeios de cocós que a esmagadora maioria não recolhe. E agir como se tudo isso fosse um direito. Deles, dos seus animaizinhos, ou de ambos. E ai de quem diz alguma coisa... Ainda se sujeita a ser insultado, no mínimo. 
No meu bairro, de cada vez que saio à rua, cruzo-me com pelo menos cinco pessoas que passeiam os seus bobis, sujando os passeios de chichis e cocós de todos os tamanhos, o que implica muito cuidado para ver onde se põe os pés, para além do cheiro insuportável, que vai empestando a cidade de forma quase generalizada.
Nas grandes cidades da Europa a que dizemos pertencer não se assiste a isto, o que é mais uma prova da nossa boçalidade, atraso e falta do mais básico civismo.
Se querem ter cãezinhos eu acho muito bem, mas deixem-nos fazer os cocós lá em casa, arranjem um penico ou qualquer outra coisa, mas parem de encher de m... as ruas, as praças, os jardins e as praias, que são de toda a gente.

4 comentários:

  1. Absolutamente de acordo com o que escreveu. Na minha rua acontece o mesmo, rigorosamente, não obstante haver "à mão de semear" um dispositivo bem visível, colocado num local bem acessível contendo sacos de plástico para que o dono do lulu não tenha que deixar a tr@mpa à vista. Sem desculpas!Sem despesas! Mas nem assim. Execráveis!

    ResponderEliminar
  2. Tinha uma colega que se orgulhava do seu cão comer à mesa com ela: ficava sentado na cadeira e comia no prato.
    No meu prédio, era usual ter xixi de cão nos elevadores. A "solução" foi a de que um dos elevadores servisse para os cães (são 3 elevadores). Quanto ao passeio à entrada, obviamente que está sempre cheio de porcaria de cão. Dizem os defensores dos animais que os cães também tem os seus direitos e que a culpa é da autarquia que não oferece condições. Curiosamente a poucos metros existe um parque só para cães (maior que o parque das crianças que fica ao lado), com zonas para eles fazerem as suas coisas. Nunca vi lá nenhum cão... Mas já vi muitos a passear pela parque das crianças a deixar lá as suas porcarias no chão. Será que os cães também andam de baloiço e escorrega?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Que as pessoas queiram comer com o cão, ou dormir com ele na mesma cama é lá com elas. A mim parece-me absolutamente nojento, mas não tenho nada a ver com isso.
      O pior são os donos dos cães (quase todos, infelizmente), que sem a menor noção de civismo, acham que os seus béubéus têm todos os direitos, incluindo o de incomodar as outras pessoas.
      O exemplo paradigmático é este: uma vez, na praia, chamei a atenção de um senhor cujo cão corria pela praia como louco, saltando por cima de tida a gente. O senhor olhou para mim como se eu fosse uma enjoadinha e disse-me:"ele só quer brincar"... Nem lhe passou pela cabeça que eu também tinha o direito de não querer brincar com ele.
      Mas este é apenas mais um exemplo do nosso habitual atraso civilizacional, cultural etc. Por exemplo, em Paris, que é uma cidade que eu conheço bem, não há cocós na rua e os poucos cães que se vêem na rua não andam soltos, mas sempre pela trela e não à solta de qualquer maneira.

      Eliminar
    2. A amiga está com um sentido afiado. Acutilante...

      Eliminar