segunda-feira, 30 de junho de 2014

Parar


Estar. Ver. Abrir-me ao deslumbramento do mistério, da verdade oculta das coisas. E isso não passa pelas palavras.
(Vergílio Ferreira, Pensar)

Neste último dia de férias, com sabor a despedida e a recomeço, escolho a tranquilidade quieta da casa e viro-me um pouco para dentro para pensar. Talvez por isso, gostei tanto deste texto, que tem muito a ver com o meu estado de espírito do momento.

Vivemos num tempo fragmentado, que convida à dispersão. E somos vítimas crescentes dessa fragmentação. A nossa capacidade de concentração é cada vez mais escassa. Paramos a série televisiva a meio para ver não importa o quê, tornámo-nos incapazes de assistir a um filme de duas horas sem interrupções, espreitamos a todo o momento o ecrã do telemóvel em busca de novas mensagens mesmo sem esperarmos mensagem alguma, as redes sociais solicitam-nos adesões ou indignações contínuas, os dias vão-se dissolvendo em 24 horas de espuma. Este estúpido frenesim em que mergulhámos graças aos avanços tecnológicos impede-nos quase sempre de pensar. E afinal era nisto que devíamos investir muito mais do nosso tempo: pensar.
(Pedro Correia, no blogue "Delito de Opinião")
 É que, com frequência, esquecemos o essencial. E parar também é importante. Hoje, é isto: preciso de silêncio e de sossego, de um tempo para olhar para mim... Depois, são nove semanas até voltar a mudar de vida.
(Fotografia de Paulo Abreu e Lima)

2 comentários:

  1. Há que disciplinar!
    De tempos a tempos também necessito do silêncio para me situar e oxigenar.. .
    Gostei! Beijinho Isabel!

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    1. É isso!...
      Os momentos de pausa são-me essenciais para reencontrar o equilíbrio. E depois de umas férias maravilhosas, mas especialmente movimentadas, hoje foi preciso este sosseguinho bom ;)

      Obrigada! Beijinho, Madalena!

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