segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Surpresa e confirmação


Tenho por Diogo Infante uma admiração desmedida, já se sabe; e, por isso, raramente perco o que ele faz. É que, seja lá o que for, tenho a certeza que será muito bem feito. Não há em Portugal, na minha opinião, nenhum actor que seja tão excepcional e multifacetado, mesmo sendo verdade há alguns outros que são também muito bons.
Mas é de igual modo verdade que prefiro vê-lo a solo, porque às vezes quem contracena com ele não consegue acompanhá-lo ao mesmo nível. Foi um pouco isto que senti na última peça a que assisti: Cyrano de Bergerac.
Desta vez tratava-se de uma comédia, o que fazia aumentar o risco. Gosto de comédia, mas é um género complexo, que apenas me entusiasma verdadeiramente quando é feito com humor inteligente e não se cinge a um apelo ao riso fácil e alarve, que é bem mais comum, e faz qualquer boa ideia degenerar facilmente num autêntico desastre. 
Sabia que, neste caso, seria Alexandra Lencastre a acompanhar Diogo Infante, o que adensava a minha expectativa. Nunca a tinha visto no teatro e como não vejo as telenovelas portuguesas (nem as outras) tinha apenas uma vaga ideia do que ela seria capaz de fazer. E que, confesso, não lhe era muito favorável pelas mais variadas razões. Pois bem: tenho de me penitenciar por este preconceito parvo. Alexandra Lencastre é uma surpresa e, para mim, também uma revelação, em perfeita sintonia com Diogo Infante - sempre genial -, com quem consegue fazer uma dupla sólida, coesa e equilibrada, que muito contribui para o sucesso da peça, chamada Plaza Suite, em cena no Tivoli, sobre o casamento e a(s) sua(s) crise(s) e para as duas horas divertidas que ela nos proporciona.
A minha amiga Helena bem me avisara. E não é que não acredite nela; muito pelo contrário! Mas, nesta como noutras coisas, nada como confirmar com os nossos olhos e ouvidos...

2 comentários:

  1. Ainda bem que gostou. Eu também sou daquelas sobre quem Diogo Infante exerce uma espécie de sortilégio: o de nunca me desiludir.
    E, apesar de estar ligeiramente mais gordo, continua a ser um homem fascinante!

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    1. É fascinante, sim, e tem uma voz.... ;)
      E a Helena não o viu na "Ode Marítima". Foi até agora o seu melhor papel, acho eu. Sublime e inesquecível! A Ode Marítima nunca mais volta a ser a mesma para quem o viu (eu vi duas vezes), porque aquela interpretação fica-lhe colada para sempre!...

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