sábado, 19 de dezembro de 2015

Piaf: 100 anos


Cem anos depois do seu nascimento, Piaf continua a ser "a diva" da canção francesa, um nome incontornável da música do mundo e uma referência para os apaixonados da cultura francesa, entre os quais me incluo.
Tenho amigos que detestam a chamada "Chanson française", que para mim é tanto e que tem uma dimensão fundamental na história da minha vida. Julgo que talvez por este ser um tipo de música em que o texto é essencial, quem não domina a língua a ponto de entender todos os meandros do que se diz, para lá da melodia, não consegue percebê-la e amá-la como merece.
A singularidade de Edith Piaf reside justamente na mistura de força e fragilidade, no contraste da sua figura franzina com a garra da sua voz, que fez com que o nome Piaf (pardal, em linguagem popular) lhe assentasse na perfeição. A sua glória opõe-se também a uma trágica história de vida, que Marion Cotillard tão bem soube interpretar no filme La Môme, de 2007, e que lhe valeu o Óscar da Melhor Actriz.
Passados cem anos, ou quase, as canções de Piaf continuam a ouvir-se e ela faz parte do leque dos grandes artistas, que perduram para lá da morte e cuja obra é intemporal. Não há, ainda hoje, quem não conheça "La vie en rose",  "Non, je ne regrette rien" ou "Milord". Para mim, Piaf estará sempre associada a Paris, a cidade que trago no coração.
Gosto de quase todas as suas canções, muitas delas verdadeiros hinos que, ao longo do tempo, me embalaram amores e desamores e me marcaram para sempre. Por isso, faço minhas as palavras que João Gobern escreveu hoje no DN. Estas:
La Môme faria hoje cem anos. Filha de um saltimbanco e de uma cantora de "bas-fonds", a maior voz da música popular francesa só foi feliz depois de morrer. Porque enquanto viveu andou da miséria à tragédia, da doença aos amores perdidos. Para bem de todos decidiu cantar o que lhe ia na alma. De tal forma que, agradecidos, continuamos a ouvi-la e a venerá-la. (...) Deu tudo o que tinha. Deu-nos muito do que temos.

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