segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Sem sucessor


A notícia já se previa, mas não deixa de cair como uma bomba. Paulo Portas, para mim, de longe o melhor político, sem ninguém que lhe chegue perto, sequer, deixa o CDS e a política activa.
Não sei o que será do partido sem ele. Provavelmente morrerá. Basta pensar no que ele foi nos tempos de Manuel Monteiro e Ribeiro e Castro, para referir apenas dois exemplos. É pena. O CDS faz falta à democracia e, apesar de ter gente boa e má, capaz e incapaz, competente e incompetente, como em todo o lado, não vejo no horizonte mais próximo ou mais longínquo ninguém com perfil de líder capaz de agarrar o partido com a mesma garra e brilhantismo, com a determinação e a dedicação de Paulo Portas.
Adolfo Mesquita Nunes é, na minha opinião, o único que estaria mais ou menos ao mesmo nível, em inteligência, conhecimento, cultura, capacidade; mas também ele deixa a política, infelizmente. Sai quem é capaz de fazer a diferença e nós ficamos todos cada vez mais entregues à mediocridade.
Diz-se que "ninguém é insubstituível". Eu acho o contrário. Toda a gente o é. Porque venha quem vier (mesmo que seja excelente, o que não será certamente o caso) nunca será igual.
Paulo Portas lá terá os seus defeitos, como temos todos, mas o que faz bem é infinitamente melhor que o resto. Por isso sempre se destacou tanto. Percebo que tudo tem um tempo, acho que já fez muito pelo país e pelo partido, foi muito maltratado, invejado, odiado, e percebo que queira agora outras coisas que, tenho a certeza, fará igualmente bem. Mas não posso deixar de ter pena...

4 comentários:

  1. Estamos em desacordo: na minha opinião Paulo Portas fez mais coisas mal que bem. Mas enfim...

    Boa noite:)

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    1. Pois, naturalmente, cada um tem a sua opinião. Mas na verdade, não sendo perfeito - ninguém é - mesmo muitos dos seus críticos lhe reconhecem a capacidade de trabalho e a inteligência, e o bom trabalho feito quer como Ministro da Defesa, quer como Ministro dos Negócios Estrangeiros, já para não falar de todo o trabalho ao nível da diplomacia económica que fez muito pela imagem de Portugal.
      Infelizmente, não temos muitos políticos assim. Ainda por cima com bom aspecto. E que sabe falar, sem fazer erros de português. E muito mais. Mas, se calhar, temos o que merecemos...

      Boa noite também para si, Isabel. :)

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    2. Não gosto de entrar em discussões deste tipo, até porque é como diz, cada um tem a sua opinião e as suas simpatias, mas tudo isso da imagem e do saber estar e falar é muito interessante, mas não traz melhores condições de vida para os portugueses. E o esbanjamento desnecessário também não.

      Continuação de uma boa semana:)

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    3. Isabel, sou militante do CDS e acho que muito do que o partido é hoje e conseguiu na cena política nacional deve-se indiscutivelmente a Paulo Portas. Um partido não é apenas o seu líder, mas no caso do CDS é inegável que a capacidade de levar o partido e o país para a frente estará para sempre associada ao seu nome. Houve, é certo, Adelino Amaro da Costa, mas por ter partido cedo demais e nas circunstâncias em que foi, acabou por ser talvez excessivamente "endeusado".
      Há hoje, no CDS, naturalmente, pessoas capazes. Mas nenhuma tem o carisma e a capacidade de Portas. Como alguém disse no Facebook, Paulo Portas pode até ter alguns defeitos de outros políticos, mas tem qualidades que mais nenhum tem.
      A imagem e o saber falar não é só interessante; é fundamental, porque acaba por dizer também muito das pessoas, acho eu. Embora isso, só por si, não chegue, o que não é aqui o caso. Porque ele tem muito mais que isso.

      O "esbanjamento desnecessário" de que fala está para mim associado aos governos socialistas que gastam "como se não houvesse amanhã" e aproveitam ainda para governar as suas vidas (veja-se o caso Sócrates e a quantidade de gente da mesma família no actual governo, para dar apenas alguns exemplos).
      Sabe o que acho sobre Paulo Portas? Acho que este país não o merece. Porque somos excessivamente pequeninos, invejosos e "tacanhos" para lhe saber dar o devido valor. Noutro país seria, certamente, considerado um grande estadista. Um político que deixa marca. Como Churchill e Mitterrand, por exemplo.

      Pois, de facto, nós temos opiniões muito distintas, mas isso parece-me uma coisa muito saudável. E eu não a quero convencer de nada. Só que gosto muito de Paulo Portas, admiro-o, tenho por ele grande estima e gosto de o dizer em voz bem alta, por ser realmente o que eu penso e sinto, e também como contraponto aos seus detractores.
      Por mim, agradeço-lhe do fundo do coração o patriotismo e o que deu de si, nestes anos, ao partido e ao país. (Afinal, por mais que não se calem com o "irrevogável", teria sido tão mais fácil virar as costas, ou cruzar os braços, como muitos fizeram...)
      E é isto.

      Boa semana também para si. Beijinho :)

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