domingo, 5 de junho de 2016

Arroios


(...) Toda a atmosfera de Arroios é única em Lisboa. Uma mistura de gerações e culturas, idiomas e costumes que, não só convivem harmoniosamente, como precisam uns dos outros para viver. (...) Arroios é este mundo de histórias cruzadas, partilhas de experiências e constante comunicação. É o conjunto de pessoas que, sem se aperceberem, passam a fazer parte da vida umas das outras, ajudando-se a apoiando-se diariamente, nem que seja com um simples olhar, uma palavra simpática ou um gesto bonito. Em Arroios, cada um sabe de si, mas ninguém vai a lado nenhum sem a ajuda do outro.

Quase por acaso, encontrei neste texto de André Marques Vidal publicado no Jornal de Arroios de Maio o que se aproxima do sinto em relação a este bairro que, por uma daquelas inesperadas voltas da vida, é agora também um pouco meu. Não tive ainda tempo suficiente para me embrenhar nele a fundo e explorá-lo em detalhe. Mas já começo a sentir que chego a casa quando me aproximo do Arco do Cego, da Praça José Fontana, ou da Largo de Santa Bárbara; e isso é um claro sinal de pertença.
Gosto deste bairro feito de contrastes e de muitas diferenças, que coexistem em perfeita união. Aqui, há o velho e o novo, o antigo e o moderno, o silêncio e a agitação, o popular e o requintado, o feio e o deslumbrante. Este é um bairro com história e com vida, popular e multicultural, onde se vive a cidade de forma plena, no que há nela de mais misterioso e sedutor.
Passo às vezes em certos locais que me trazem reminiscências de um tempo longínquo, adormecidas nos confins da memória  - afinal a minha infância passou-se num bairro vizinho - e há certos cheiros, ou sons, que me transportam para lugares distantes, como se estivessemos sempre longe e perto do mundo inteiro.
Tudo é ainda muito novo, para já, mas voltar ao centro e viver em Arroios tem sido uma maravilhosa descoberta e uma experiência apaixonante. É bom estar aqui...

2 comentários:

  1. Foi o meu bairro de criança e tenho por ele especial carinho. Brinquei no Jardim Constantino e patinei na Alameda Afonso Henriques quando ela ainda era apenas um esboço.
    Têm ambos muita razão: você e Marques Vidal!

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    1. Por isso entende o que digo. É fácil e rápido ganhar carinho por este bairro peculiar. ;)

      Beijinho

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