quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Ases do Volante II


Não sei se ando agora mais atenta ao trânsito, ou se é o regresso de férias que dita as autênticas barbaridades a que tenho assistido nos últimos dias. Já não falo da velocidade a que se conduz na cidade, nem dos que passam sinais vermelhos descaradamente. (O típico numa passadeira de peões é que quando o sinal fica verde para estes, passam ainda uns seis a dez carros antes que se possa atravessar em relativa segurança). 
E como se isto não fosse já surpreendente, assisti nos últimos dias a uma coisa ainda mais extraordinária: um carro que seguia na faixa da esquerda fez uma ultrapassagem pela direita, atravessando-se sem problema na frente de um autocarro para mudar de direcção. E este fenómeno inacreditável - até para mim que não tenho carta de condução (ou se calhar por isso mesmo) - aconteceu na mesma semana pelo menos duas vezes, que eu tenha dado por isso.
Não admira, pois, que o número de acidentes não pare de aumentar sobretudo nos dois últimos anos. Em 2018, ao que parece, houve 132 mil acidentes, com um número de mortos e feridos também a crescer. 
Mas, com o que tenho visto, o que me admira é que não haja ainda mais. Enfim, há cada vez mais gente muito apressada, que considera o seu tempo  e a sua vida muito mais importantes e urgentes que os de todas as outras pessoas. Ou não fosse este o país dos "chicos espertos"...

2 comentários:

  1. O comportamento na estrada deveria ser alvo de vários estudos. Qual a razão de tanta gente ter essa necessidade de se sentir um herói ao volante? De fazer aquela manobra super arriscada, super agressiva, super perigosa, para no final ganhar... nada, afinal o semáforo está vermelho e ficamos todos parados. “Fiquei parado por culpa dos outros que não saíram da minha frente, afinal sou um herói, imbatível, invencível, indestrutível.”.

    Como é bom não fazer parte desta histeria coletiva.

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    1. Não há ninguém que não se ache um ás do volante. Isso é que eu acho extraordinário. E na verdade, de acordo com o que vejo, há aí 10 ou 20% de pessoas que guiam realmente bem.

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