segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Advento


Longe vai o tempo em que o Natal era muito mais "Menino Jesus" do que "Pai Natal" e em que a sua essência era muito mais emotiva e e espiritual do que a superficialidade exageradamente consumista em que se tornou nos dias de hoje.
Por isso, muita gente, por estes dias, espera que passem as festas, com todos os seus excessos e obrigações e que tudo retome o habitual sossego e normalidade.
Também a mim me apetece cada vez mais fugir para longe deste azáfama parva e sem sentido que é agora o Natal, embora saiba que isso não é possível. Tento, ainda assim, passar o mais imune possível aos estragos da época; e vivê-la "à minha maneira", como faço com tudo o resto.
Ontem, dia em que começou o Advento, encontrei no  FB da Isabel G Neto o seguinte texto:

Rezar o Desejo do Natal de Deus - D. José Tolentino de Mendonça, 25-11-2019

O Natal do comércio chega de um dia para o outro. Fácil, tilintante, confuso, pré-fabricado. É um Natal visual. Um amontoado de símbolos.Um ar do tempo.
Dentro de nós, porém, sabemos que não é assim. Para ser verdade, o Natal não pode ser só isto. Não poder servir apenas para uma emoção social, para um corrupio de compensações, compras e trocas. Para ser verdade, o Natal tem de ser profundo, tem de ser rezado, essencial, interpelador, mais espiritual do que material, mais solidário do que egocêntrico. Caminhar para o Natal é preparar com verdade o seu coração para Aquele que vem. Deus vem ao nosso encontro para que possamos ir ao encontro de Deus. Deus humaniza-se para que a nossa vida se divinize, para que cada um de nós receba com mais intensidade o sopro do Espírito. A Maria, o Anjo diz na Anunciação:"O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. (Lc1:35). Que Maria, a Senhora do Advento, acorde em nós o desejo do Natal."

E este texto lembrou-me um outro, com a mesma autoria:

Para haver Natal este Natal
talvez seja preciso recordar
Que as vidas começam e recomeçam
E tudo isso é nascimento (logo, Natal)
Que as esperanças ganham sentido
Quando se tornam caminhos e passos.
Que para lá das janelas cerradas
Há estrelas que luzem
E há a imensidão do Céu.
Talvez nos bastem coisas
afinal tão simples:
O alento dos reencontros
autênticos;
A oração como confiança 
soletrada;
a certeza de que Jesus nasce 
em cada ano,
Para que o nosso Natal alguma vez,
esta vez,
seja Natal.

Era bom que todos conseguíssemos virar-nos um pouco mais para dentro e, em silêncio e paz, vivêssemos a essência e a plenitude do que o Natal significa: apenas simplicidade e amor.

2 comentários:

  1. Eu já vi putos a chorar por só terem recebido 10 prendas, ou porque receberam uma PlayStation quando preferiam uma Nintendo...

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