domingo, 22 de novembro de 2020

Segredos de Lisboa (I): Miradouro do Monte Agudo



Vejo-o todos os dias da minha janela, como um oásis verde no ponto mais longínquo que a minha vista pode alcançar. Hoje, fiz ao contrário: o passeio de Domingo de manhã levou-me até lá, e dali pude ver, ao longe, a minha janela.
O Miradouro do Monte Agudo é um daqueles lugares meio secretos de Lisboa, conhecido quase só por quem vive perto. Situado entre os Anjos e a Penha de França, data dos anos 50 e é um local sossegado e silencioso, que parece suspenso sobre a cidade e inclui um pequeno parque florestal, uma esplanada/café, uma pérgula com bancos de madeira e o habitual mapa da cidade em azulejo.
E, se não fosse o número considerável de pessoas que faz dele um ponto de encontro de cães, e naquele despropósito e falta de civismo tão próprio da esmagadora maioria dos seus donos os solta e deixa correr desenfreadamente e lutar entre si, seria uma boa alternativa ao Miradouro da  Senhora do Monte, não muito distante, mas que, sendo o meu preferido, com os anos se foi fazendo na verdade demasiado turístico. É, na mesma, um belíssimo refúgio de paz, local meio secreto, a convidar ao recato e à introspecção. 
E sabe muito bem, agora que quase não podemos sair daqui, encontrar lugares assim, tranquilos e acolhedores, um pouco alheios ao que nos vem atormentando os dias e onde podemos enfim sonhar com outros mundos.

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