Judi Dench é uma daquelas admiráveis actrizes que fazem qualquer filme valer a pena. Já a vi muitas outras vezes. Lembro-me das duas últimas, por exemplo: Skyfall e Marigold hotel. E gostei sempre muito.
Volta agora com Philomena, um filme magnífico, para guardar na gaveta dos imperdíveis. E tem a assinatura de Stephen Frears, que também traz consigo a marca da qualidade. O que há nele de mais tocante é, talvez, em grande parte, o facto de sabermos que a história do filme não é uma ficção com um grau de mimetismo mais ou menos acentuado, como a maior parte dos filmes que vemos, mas que tudo aquilo a que assistimos aconteceu realmente a alguém.
Há a história do segredo, calado durante cinquenta anos, e de uma mãe que não desiste de procurar o filho do qual fora forçada a separar-se, e cuja dor, simultaneamente pungente e contida, vamos acompanhando a par e passo, conseguindo rir e chorar com ela, ou enternecer-nos com a sua doçura, com a sua capacidade de resignação fundada na fé, com uma certa serenidade na sua maneira de estar.
Mas o filme é também sobre o perdão e a culpa, sobre a cumplicidade que pode ir nascendo entre pessoas muito diferentes, sobre uma igreja excessivamente moralista e até desumana (é fabulosa a cena da confissão).
E tudo isto se deve acima de tudo ao talento de Judi Dench, muito bem acompanhada por Steve Coogan (que é também co-autor do guião), no papel de Martin Sixsmith. Ambos conseguem denunciar uma situação chocante e verídica e, ainda assim, fazer deste filme um filme encantador.
Mas o filme é também sobre o perdão e a culpa, sobre a cumplicidade que pode ir nascendo entre pessoas muito diferentes, sobre uma igreja excessivamente moralista e até desumana (é fabulosa a cena da confissão).
E tudo isto se deve acima de tudo ao talento de Judi Dench, muito bem acompanhada por Steve Coogan (que é também co-autor do guião), no papel de Martin Sixsmith. Ambos conseguem denunciar uma situação chocante e verídica e, ainda assim, fazer deste filme um filme encantador.
Judi interpretou o papel de M (Chefe do MI6) na série de filmes James Bond.
ResponderEliminarGolden Eye (1995); Tomorrow Never Dies (1997); The World Is Not Enough (1999); Die Another Day (2002); Casino Royale (2006); Quantum of Solace (2008) e Skyfall (2012).
Em ‘Philomena’, Judi Dench regressa com mais um memorável papel que já lhe valeu uma nomeação para os Óscares
Equilíbrio é a palavra chave da película. Consegue transmitir-nos um conjunto de emoções que a tornam desde tocante a cómica. A realização está inteligente, a direcção de actores bem arquitectada e o casting perfeito. Não cede a exageros que um drama desta dimensão poderia proporcionar e não segue clichês.
Beijinho e bom domingo, Isabel.
Não os vi todos, não sou fã de James Bond, mas lembro-me bem de Skyfall e gosto sempre de ver Judi Dench.
EliminarE este filme é magnífico, de facto, em grande parte por causa dela.
Obrigada, beijinho também para si.
Estou ansiosa por ver. Só tenho lido boas críticas.
ResponderEliminarVale a pena ver, de facto. Judi Dench é fantástica e o filme é extremamente tocante.
EliminarMuito bem apanhada a sua análise sobre este filme! Críticos profissionais na matéria não fariam melhor!...Confio mais em si, veja bem! Se não o tivesse visto de certeza que ia através dessa escrita.
ResponderEliminarBeijinho, Isabel!
Sinto-me lisonjeada com as suas palavras, Madalena, que confia mais em mim do que nos críticos profissionais (sabe Deus, também, como é que muitos deles se fizeram "profissionais").
EliminarMas percebo o que diz. Eu leio a crítica, por curiosidade, mas também me fio mais na opinião de pessoas que sei terem um gosto semelhante ao meu.
E eu não faço mais do que escrever o que sinto (quase sempre ainda um pouco "a quente").
Este fim de semana fui duas vezes ao cinema. Pode ser que ainda escreva sobre o outro filme. E a Madalena o vá ver também ;)
Obrigada. Beijinho, Madalena!