Concha que se fecha devagar
só de névoa cercada
Vultos e vozes recuando
em espaço já não seu
O como ou quando
igual a nada
Concha quase fechada
mergulhando
no silêncio e no mar
de que nasceu
Mário Dionísio
Pela mão e pela sabedoria da minha querida professora Maria Alzira Seixo tenho vindo a descobrir em Mário Dionísio um escritor fascinante, apesar de pouco lido.
E também, de forma ainda mais clara, a importância das palavras, da literatura e da poesia; e como elas podem fazer-nos pensar, modificar-nos, mudar a nossa vida ajudar-nos a viver melhor. Porque "um poema é sempre uma proposta de leitura de aspectos do mundo", mas apresentada de uma forma que nos "ilumina por dentro".
(Fotografia de mfc, do blogue Pé-de-Meia)
Gosto de alguma poesia.
ResponderEliminarNão me sinto capaz de comentar a mesma como quem gosta, como quem conhece bem, como decerto merece ser comentada.
Beijinho e boa semana.
A poesia é susceptível de muitas leituras, todas válidas desde que defendidas com argumentos do texto. É isso que a torna ainda mais interessante. É a pluralidade de sentidos, todos a funcionar em simultâneo. Neste texto, por exemplo, para lá da leitura mais imediata, é de morte que se fala.
EliminarA poesia pode ser apaixonante, mas mesmo quem gosta, como eu, não gosta de tudo.
Obrigada, António. Boa semana também para si. Beijinho