É uma mania como outra qualquer, mas começo sempre a ler o jornal ao contrário. E hoje, uma pequena notícia na última página, muito simples, emocionou-me quase até às lágrimas.
A história, real, é esta:
Gémeas nascem de mãos dadas após gravidez de risco
Os médicos de um hospital de Ohio, nos EUA, emocionaram-se após o nascimento prematuro de gémeas, que chegaram ao mundo de mãos dadas. A mãe, de 32 anos, teve uma gravidez de risco, pois as bebés dividiram o saco amniótico e a placenta, algo que só acontece uma vez em cada dez mil partos.
Como saber disto sem nos comovermos? Como não pensar no que há de mais maravilhosamente ternurento e inexplicável na simplicidade da vida?
E depois, na outra ponta do jornal, a sua antítese: a fotografia arrepiante das 223 meninas nigerianas raptadas e sequestradas, arrancadas às suas casas, à sua vida e à sua infância.
E pensei que o que há nelas de comum é que, provavelmente, em pleno terror do que estão a viver, no desepero pela sobrevivência, muitas delas também se darão as mãos.
Então, nem sei porquê, lembrei-me de repente daquelas palavras de Sophia que tanto marcaram a minha adolescência: "vemos, ouvimos e lemos / não podemos ignorar..."
É que, num mundo cada vez mais marcado pelo individualismo, vamos olhando muito pouco à nossa volta, e deixando que quase tudo o que não tem a ver connosco nos seja mais ou menos indiferente.
Ambas as situações são comoventes.
ResponderEliminarNa primeira, o indício de uma vida futura, talvez de mãos dadas. Na segunda, a incógnita que não deveria acontecer.
Sinto raiva por não poder ajudar a resolver casos como o das meninas nigerianas.
Beijinho, Isabel.
O tipo de relação que os gémeos estabelecem entre si é para mim de certo modo um mistério verdadeiramente apaixonante.
EliminarQuanto ao resto, faltam-me as palavras...
Beijinho
Espero, fervorosamente, que o milagre da sobrevivência se aplique também às meninas nigerianas e, que o bem consiga vencer a maldade que existe neste Mundo. Arrepiante!...
ResponderEliminarBeijinho para si
Eu também, Teresa, mas mesmo sendo uma optimista, tenho dúvidas... É mais que arrepiante.
EliminarBeijinho