sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Diana


Há dezasseis anos, eu também estava em Paris, naquele dia 31 de Agosto de 1997. Regressei de noite. E foi já em Lisboa que soube da notícia; e que acompanhei, chocada como o resto do mundo, o que se lhe seguiu.
Cinco anos antes, em Londres, tinha podido vê-la, completamente por acaso. E esse encontro fortuito impressionou-me deveras. Era muito mais alta, bonita e elegante do que em qualquer imagem, ou fotografia. Grande parte do seu encanto e singularidade residiam na peculiar mistura de timidez, sedução, fragilidade e ousadia, que faziam dela uma personalidade controversa, como eu tanto gosto. E profundamente só, também, um pouco perdida, como se andasse sempre à procura  de si e de um sentido para a vida, o que a tornava menos "princesa" e mais mulher. E lhe dava aquela aura de mistério que, associada a uma morte trágica e prematura, potenciou o mito.
Como quase toda a gente, não lhe sou imune. Nem indiferente. Foi talvez um pouco de tudo isso que me fez ir ao cinema. E Naomi Watts, claro, de quem também gosto muito, que faz o que pode para interpretar Diana o melhor possível. É uma ingrata tarefa. E que não é de todo conseguida, na minha opinião. Porque Diana era inimitável; e porque está ainda muito presente nas nossas memórias.
O filme, que se centra nos dois últimos anos da sua vida, explora a suposta relação amorosa com o médico paquistanês que se diz ter sido o seu grande amor, em tom telenovelesco e mais ou menos "lamechas" com  ne me quitte pas em fundo e uns apontamentos da sua faceta humanitária, para lhe dar maior veracidade.
Se aquela história de amor é verdade ou mentira não é de modo algum relevante. Mas, a ter sido verdade, não terá de certeza sido nada assim. Enfim, tudo no filme soa a ficção, fazendo-se passar por uma espécie de documentário e o resultado é muito pobrezinho e até confrangedoramente entediante. Fazer um filme sobre Diana não será fácil. Mas ela, ainda assim, merecia melhor. E, já agora, Brel também.
Este é, pois, um filme que eu não recomendo...

4 comentários:

  1. Um filme que explora o que menos interessa na vida de uma senhora com quem era impossível não simpatizar.

    Beijinho, Isabel.

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    1. De facto, há certas coisas que só interessam às pessoas que as vivem. E que só elas sabem exactamente como foram, ou são.

      Obrigada. Beijinho, também. Bom fim de semana

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  2. Foi provavelmente a única personagem da monarquia britânica que não me foi indiferente. Que me conseguiu prender a atenção.

    A Isabel conseguiu descrever lindamente a Lady Di:
    "Grande parte do seu encanto e singularidade residiam na peculiar mistura de timidez, sedução, fragilidade e ousadia, que faziam dela uma personalidade controversa". Sem dúvida! Era exactamente nesta 'mistura' que residia todo o seu encanto, o de uma mulher que aparentava ser frágil, mas que muito provavelmente não o era.

    Tem piada que mal soube do filme, nem por um instante pensei na hipótese de o ver, porque acho que por muito feliz que tenha sido a escolha da actriz para representar o papel de Diana, a desilusão iria acontecer.

    Beijinho e um boa semana :)

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    1. Tem razão. Eu gosto de Naomi Watts. Mas vi Diana ao vivo. E uma das coisas que me ficou na memória foi como ela era altíssima. Ora Naomi comparativamente parece uma anãzinha. E isto é apenas um exemplo. Mínimo. O filme é muito poucochinho.

      Boa semana também para si, Beijinho.

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