domingo, 16 de novembro de 2014

Em parte incerta


Para mim, um fim de semana típico da época Outono-Inverno inclui uma ida ao cinema. Por motivos vários, há já algum tempo que isso não acontecia, o que explica talvez que estando este filme em cartaz desde o início de Outubro só agora tenha dado por ele. E ainda bem, porque foi, de facto, uma escolha que valeu a pena.
Realizado por David Fincher, o mesmo realizador de Seven e de Benjamim Button, para mencionar apenas dois dos que eu vi em distintas épocas, "Em parte incerta" (Gone Girl, no original) é um fantástico thriller baseado num bestseller de Gillian Flynn, que é também a autora do argumento; mas é muito mais que isso: é um filme sobre a complexidade humana, sobre o mistério do outro, sobre a verdade e a mentira, as ilusões e as aparências, sobre o poder dos media e o seu lado mais ridículo, e mais perverso, também.
O filme dura cerca de duas horas e meia, mas nem se dá pelo tempo a passar, porque nos prende do início ao fim, nos empolga, nos perturba, nos assusta  e nos envolve, no modo como está construído e nos vai surpreendendo a cada momento, no que há de mais obscuro nas personagens, na empatia que nos faz aproximar-nos delas e logo afastar-nos na volta seguinte.
Mesmo não sendo grande fã de Ben Affleck é suficientemente credível  o seu Nick Dunne. Mas o papel de destaque é claramente para Rosemund Pike, sempre brilhante na interpretação da multifacetada Amy, que fará dela com toda a probabilidade uma séria candidata aos Óscares, o que é, aliás, muitíssimo merecido.
Para quem ainda não viu, recomenda-se, claro está!...


2 comentários:

  1. Concordo Isabel. Confesso que há algum tempo que não via um filme em suspense contínuo...
    Beijinho :)

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