terça-feira, 24 de março de 2015

Um questão de (mau) gosto

 

As marquises portuguesas - raras na Europa e bastante terceiro-mundistas - combinam a noção de fraqueza da lei e da sua regulamentação, a falta de sentido cívico e o egoísmo lusitano, a pouquíssima sensação de pertença a uma comunidade e, no final disto tudo, uma enorme estupidez. As varandas foram inventadas não só para tornar mais agradável a experiência de viver num apartamento, e torná-lo mais próximo de uma casa individual, mas também para afastar as humidades, moderar o calor e o frio. Ao fechá-la, o tuga está apenas a criar um microclima que lhe dá cabo do ambiente da casa. Para além, obviamente, de afastar a luz.
 
O texto de Catarina Carvalho que habitualmente abre  a Notícias Magazine ao Domingo, lembrou-me, esta semana, quanto podem ser detestáveis as marquises. Para além de profundamente inestéticas. Não me venham com o argumento ridículo da "necessidade de espaço". Quanto a mim não há nadinha que possa justificar tamanha aberração, a não ser uma gigantesca parolada.
O texto, de que transcrevo apenas um excerto, surge a propósito de uma campanha publicitária do Ikea, cujo slogan "mais varandas, menos marquises" chama a atenção para este "vício" tão português, e tão revelador do que há de pior no nosso (mau) gosto. 

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