domingo, 2 de agosto de 2015

Masculino Singular


Há aquela velha máxima do senso comum, segundo a qual "os homens são todos iguais" e, associada a ela, a ideia de que o género masculino é normalmente mais básico e linear e o feminino, pelo contrário, muito mais complexo, misterioso e refinado.
É daqui, de resto, que terá surgido o dito jocoso de que um homem faz só uma coisa de cada vez e uma mulher consegue fazer muitas ao mesmo tempo. Descontadas as piadas e o carácter simplista e mais ou menos abusivo que têm todas as generalizações, não consigo concordar com nada disto. Tal como as mulheres, os homens são na verdade todos diferentes, numa tão vasta diversidade que dá para todos os gostos; e ainda bem!...
É talvez por isso que não percebo as mulheres que julgam conhecer perfeitamente o género feminino apenas por pertencer-lhe e tendem a ver nas outras mulheres alguém que obedece a um padrão comum, regra geral feito à sua própria semelhança e, por isso, aqui e ali, entendido com a rivalidade de um alvo a abater.
Do mesmo modo, para lá do estereótipo, também muitos homens são capazes de ser verdadeiramente complicados, de uma enorme fragilidade emocional, e com opções e caminhos, gostos e atitudes, gestos e palavras que nos fazem tantas vezes pensar: "vá lá a gente entender isto..."
E, no entanto, não podemos passar sem eles. E é justamente essa complexa dissemelhança, que faz de cada homem, como de cada pessoa, um ser absolutamente único e diferente de todos os outros, o que torna tudo muito mais difícil, mas também mais aliciante e que, a cada volta da vida, nos surpreende, confunde, desconcerta e apaixona.

Um dia, vivi a ilusão
De que ser homem bastaria
Que o mundo masculino
Tudo me daria
Do que eu quisesse ter

Que nada
Minha porção mulher
Que até então se resguardara
É a porção melhor
Que trago em mim agora
É que me faz viver

Quem dera
Pudesse todo homem compreender
Oh Mãe, quem dera
Ser no verão o apogeu da primavera
E só por ela ser

Quem sabe
O Super Homem
Venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus
O curso da história
Por causa da mulher


4 comentários:

  1. https://youtu.be/c8w4O3cldIU
    Não tem a ver com o tema, mas...por vezes
    ajuda a partilha, mesmo que não faça sentido.
    Boa noite.

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    1. De facto, Maria, não tem rigorosamente nada a ver com o tema.
      E, desculpar-me-á, que não quero ser antipática, de modo algum, mas também não me toca, talvez porque o meu estado de espírito do momento não tem nada de solidão, nem de saudade, nem de tristeza.
      Estou muito tranquila, bem-humorada, feliz. :)

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  2. Género masculino mais básico e linear? Claro que sim. Onde os homens simplificam, as mulheres complicam. Tenho ideia que os homens pensam de forma linear e as mulheres em espiral. Tipo, pedes a um homem para te contar o que aconteceu quando ia a passar na rua, e ele diz-te: "foi assim". Se pedires a uma mulher ela primeiro fala do gato que ia a passar, na montra que tinha não sei o que, na cor do vestido da pessoa que ia à frente, etc... e só depois de muitas voltas eventualmente chega ao assunto.

    Mas tenho ainda outra teoria ainda mais conspiradora: acho que lá no fundo o que as mulheres gostam mesmo é de homens tipo das cavernas, e da sensação do macho brutamontes que está ali para a proteger dos monstros. Apesar de passarem a vida a dizer que gostam é de homens todos coisinhos e cheirosos, cheios de intelectualidade e sensibilidade (fica bem), na realidade milhares de anos de instinto não se apagam de um dia para o outro.

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    1. Não, Sérgio, nem um bocadinho de acordo, o que entre nós já é um clássico.
      Tal como quis dizer com o texto, essa coisa de os homens são assim e as mulheres são assado não existe para lá de estereótipo, porque na verdade nem os homens nem as mulheres são, felizmente, todos iguais.

      E não sei que mulheres conhece, mas garanto-lhe que por mim não gosto mesmo nada de "homens das cavernas" e ainda menos de brutamontes. Também não preciso de um homem que me proteja dos monstros, mas tão somente que me ame e me acompanha numa perspectiva de cumplicidade, confiança e afecto. Não gosto de homens "todos coisinhos", mas adoro-os cheirosos e cuidados (era o que faltava!), inteligentes, sensíveis e bem-humorados. E posso garantir-lhe que há exemplares destes.Conheço vários. Não são básicos, nem lineares, nem um bocadinho, mas são verdadeiramente apaixonantes e sedutores.

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