terça-feira, 15 de setembro de 2015

Isto é francamente mau


Por curiosidade, e com tanta publicidade que tem havido a respeito do assunto, espreitei ontem o novo programa de RAP e sus muchachos, na TVI. Achei-o detestável e sem qualquer graça. Mas, como era o primeiro, dei-lhe ainda o "benefício da dúvida". Hoje, insisti. Fiz mal. E já não quero ver mais. É que é de facto muito mauzinho. 
E depois, quase logo a seguir, por coincidência, encontrei no blogue de Nelson Reprezas um texto que diz muito do que eu também penso. Por isso o transcrevo aqui na íntegra.
Tal como ele, eu também acho que Herman José é o nosso maior humorista de sempre e que o que entretanto tem surgido não consegue seque chegar-lhe perto. A esmagadora maioria  é deste género: não tem piada nem qualidade, acha-se muito importante e o resultado chega a ser confrangedor,  situando-se algures entre o riso amarelo e gargalhada alarve.
O texto do blogue "Espumadamente" chama-se "Já fede". E diz assim:

Provavelmente poderá parecer herético ter dúvidas sobre se os «Gato» têm graça ou acham que são engraçados. Não é de agora, de há muito que acho que os membros do grupo, com particular destaque de RAP, antes de serem humoristas, são sobretudo activistas. Fico na dúvida se são porque são, se são porque acham que vende ou se são porque sim.
Isto a propósito do novo programa (pomposamente, mas com uma conveniente falsa modéstia, comparado ao «Daily Show») dos GF na TVI, a que assisti por curiosidade, especialmente para ver se havia ali algo de novo. Não havia. Uma espécie de rábula do costume sobre a idiossincrasia nacional, a exploração do episódio da pizza de Sócrates e uma permanente atitude chocarreira sobre a nega de Passos Coelho, foi tudo quanto consegui lobrigar.
É o que acontece quando algumas personagens se auto classificam na categoria de «vacas sagradas», uma estirpe que medrou em Portugal com o aplauso generalizado da grei. E aqui cabem humoristas, jornalistas, comentaristas e outras figuras similares. Ao ponto de, no caso dos humoristas, basta dizer mal de um governo geralmente tido como de direita, porque se sabe que o povo gosta. E ri.
Já vi alguns episódios do RAP genuinamente divertidos e inteligentes. Acho, porém, que foi chão que deu uvas. O homem tem-se eclipsado gradualmente e até os indefectíveis parecem ser cada vez menos. Costumo dizer que todos os perus têm o seu Natal. Mesmo os grandes humoristas, como foi o caso do Herman, hoje por hoje, na minha opinião, o nosso maior humorista de sempre. Mas o Herman, pelo menos, perdido o chão firme da televisão, continua a encher salas de espectáculo por esse país fora. Toca viola, piano, canta e produz piadas sem usar da muleta, batoteira, das personagens que para renderem juros, basta que se diga mal delas. Duvido que o RAP consiga fazer o mesmo. A menos que ele ache que, numa qualquer manhã que cante por aí, lhe apareça um dos amigos de cada esquina e lhe ofereça um job a preceito.

8 comentários:

  1. Eu optei por nem ver, porque até mesmo a publicidade que o RAP faz para a MEO já cansa, o modelo dele já esgotou, por isso após ler o seu post acho que tomei a decisão acertada.

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    1. Não tenha ´duvida, Helena. Eu vi, ao engano. Mas não vejo mais. Porque há coisas muito mais interessantes para fazer.

      Beijinho

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    1. Não Sérgio, não faz parte dos meus gostos musicais. Porquê?

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    2. andou a ver o novo programa de rap...

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    3. Ah, ok, era um "jeu de mots" :P.
      Não vi o programa de rap, mas de RAP, o que faz toda a diferença, porque em maiúsculas passa a ser nome próprio.
      Não gosto de rap, nem de RAP, que para dizer uma coisa com graça tem de dizer mil sem graça nenhuma e se tem num altíssimo conceito, tal como o BN (Bruno Nogueira). Esse, conheço-o bem. Foi meu aluno dois anos quando era adolescente e quando surgiu achei-lhe uma certa graça até pela surpresa que me causou. Mas rapidamente se esgotou. Hoje acho-o um palerma, sem gracinha nenhuma (tal como quando foi meu aluno) mais ou menos oportunista e com a mania que é alguém. Quando o vejo, tiro o som à televisão, ou desligo a rádio, porque o mau gosto tem limites. :)

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  3. Também sou da mesma opinião sobre o BN, então este programa que agora faz com os chamados cantores "pimba" é uma verdadeira lástima. não se percebe estes programas de TV.

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    1. Este não conheço (nem quero) mas havia antes aquele na TSF de manhã que era verdadeiramente mau., "Tubo de ensaio:".

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