quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Vale Tudo?



De tudo o que tenho visto e ouvido nos últimos dias sobre a inenarrável situação que estamos a viver, e que diz tanto sobre o mais mesquinho e desprezível que pode haver nas pessoas, destaco o texto de Maria João Avillez, hoje, no "Observador".
Não sei o que me espanta mais: se é o descaramento que ouço agora mesmo Bagão Félix qualificar como falta de ética, se é haver algumas de vozes a defender a legitimidade deste oportunismo, a todos os títulos inaceitável, e a ambição absolutamente vergonhosa, que justifica todos os meios para atingir um fim pessoal.
O texto chama-se "O usurpador", e o título já diz tudo. E diz, por exemplo, isto:
(...) uma estreia absoluta em Portugal mas, hélas, fornecida por uma realidade, que embora enviezada e politicamente ilegítima é concreta, de carne e osso. Razões: nenhumas a não ser o pior da natureza humana.
(...) O país sabe que se trataria de uma usurpação, a Europa também, o mundo também. E "last but not least", os portugueses também sabem. Mesmo que fazendo deles parvos-parvíssimos se evoque "a Constituição" como fonte legitimadora de um governo eleitoralmente anormal.
(...) é preciso ir buscar a chave deste alarmante comportamento de António Costa ao pior que pode haver dentro de alguém.

2 comentários:

  1. Acontece frequentemente na Europa serem formados governos liderados por partidos que não ganharam as eleições. Cá, por razões históricas, não estamos habituados uma vez que temos o conceito de "arco da governação". A minha comichão de se formar um governo PS/BE/PCP é o facto de me parecer uma massa disforme sem possibilidades de sucesso.

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    1. Concordo consigo quanto à impossibilidade de sucesso e, no fundo, isto não é mais do que puro oportunismo de um ego gigantesco que apenas quer fazer no país o que fez no seu partido: "um assalto descarado ao poder, absolutamente inqualificável."

      Mas, quanto à comparação com o que se passa nos outros países, já não. Portugal é uma coisa, tem as suas especificidades, e o que se passa "ailleurs" não são realidades comparáveis, tal como em educação é ridículo querermos fazer o que faz a Finlândia, por exemplo.
      Ah, esta nossa mania de imitar o que os outros fazem, seguindo a ideia que se se faz "lá fora", então é porque é bom com certeza, o que é também indício da nossa imensa tacanhez. Enfim...

      Infelizmente, quem vai caro por tudo isto seremos nós, uma vez mais...

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