sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Travessia(s)


Janeiro, como Agosto, por diferentes e quase opostas razões, são os meses que mais me pesam e demoram a passar. Gosto das estações intermédias, dos dias claros e frescos, da Primavera irrompendo plena de vida num colorido exuberante e ostensivo, do emocionante renascer da natureza todo feito de pujança e esplendor, como da beleza um pouco nostálgica do Outono, em tons dourados, amarelos, vermelhos, alaranjados e castanhos,  e da ideia de recomeço que lhe é também inerente.
É fascinante a relação que estabelecemos com o tempo. O tempo que corre e o tempo que apenas é. A sequência de acontecimentos que se sucedem de forma lenta, ou rápida, fluindo como a água, associado à influência que tem em nós a alternância entre a luz e a escuridão, o dia e a noite, ou a mudança das estações; mas, também, tudo o que é relativo no tempo e no espaço, o tempo que passa demasiado rápido, ou dura para lá da nossa vontade, em função da impressão boa ou má que nos causa, e nos permite ou impede de viver cada instante na mais absoluta plenitude. 

6 comentários:

  1. Hoje não comento conteúdo ou a mensagem do texto. Sim a forma como está tão bem escrito !
    Beijinho. Isabel!

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  2. E eu faço minhas as palavras da Madalena.
    Pense, pense muito no sugestão que lhe dei...
    Bjo

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    1. Ahahah! Tão querida, Helena...
      Prometo que vou pensar nisso. Mas também precisava que os dias pudessem esticar um pouco mais e tivessem, às vezes. mais horas...

      Beijinho

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  3. Nesta estranha relação que temos com o tempo, quem moldará mais o outro? Sou eu que moldo o tempo ou será o contrário?
    :)

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    1. Assim, de repente, diria que é mais o contrário. Mas sem certezas. Tenho que pensar melhor nisto. É um assunto fascinante... :)

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