domingo, 5 de fevereiro de 2017

Beaubourg: 40 anos e 5 dias


A primeira vez que fui a Paris, o Beaubourg era ainda muito recente. Ultrapassada toda a polémica da sua construção, era na altura a novidade, uma explosão de arrojo, de cor e de modernidade no velho bairro de Les Halles. Como um grito, uma pedrada no charco, uma surpresa qualquer.
Numa altura em que não havia sequer a Fontaine Stravinsky, Beaubourg era o exemplo máximo do pós-moderno, e por isso era à sua volta que se concentrava grande parte da animação da  cidade.
Mandado construir por Georges Pompidou, o centro herdou oficialmente o seu nome (Centre National d'Art et de Culture Georges Pompidou), apesar de ser geralmente mais conhecido e designado pelo nome da rua onde se situa (Beaubourg). Foi inaugurado a 31 de Janeiro de 1977, com os famosos tubos coloridos à vista, a estrutura em vidro e aço e a enorme escada rolante exterior que rapidamente se tornaram  a imagem de Paris virada para o futuro, e são hoje elementos emblemáticos de uma cidade simultaneamente antiga e moderna, sofisticada e mundana, em constante renovação sem nunca perder a sua essência, que é o que faz dela um lugar tão encantador e especial.
Para mim, aquela primeira visita foi tão significativa, que nunca mais voltei a Paris sem passar por Beaubourg, que continua igual e já diferente como é hábito acontecer com quase tudo, que já não é uma novidade nem concentra tanta gente à sua volta, mas é ainda assim local de visita obrigatória, onde já vi magníficas exposições, ou simplesmente me detenho e delicio a olhar Paris.
Quem diria que já passou tanto tempo...

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