terça-feira, 4 de junho de 2019

Escapada(s)



Sinto, ciclicamente, necessidade de fazer pausas no quotidiano e afastar-me das todas as rotinas, partir para longe, ou mais ou menos perto, mas respirar outros ares, deixar que as horas passem vagarosas, poder ver e sentir tudo melhor, preencher o tempo como eu quiser, conhecer novas cidades ou voltar aos lugares que eu amo e sem os quais não posso passar, renovar-me, serenar. 
São, em geral, viagens de curta duração, em que três ou quatro dias me bastam para me deixar fascinar pela lenta descoberta de lugares e de pessoas, num encanto que cresce devagar e aos poucos se torna apego, reconforta o corpo e a alma, devolve a paz.
Este ano posso enfim fazer coincidir a maior parte do meu período de férias com o mês, para mim, ideal. Além de ser o mês de Lisboa, Junho é luz e ar fresco, promessa de Verão por vir, brisa de fim da tarde e a lânguida quietude de deixar os olhos e o pensamento à solta, a vaguear sem objectivo nem poiso certo, em deliciosa preguiça.
Gosto da companhia e da solidão, de cuidar de mim, de me demorar no banho e de me estender preguiçosamente ao sol ou no sofá, de ler ou de não pensar em nada, de dormir e de não ter horas nem obrigações, de me esquecer de tudo o que me limita ou condiciona. E sei que preciso muito de estar às vezes a sós comigo para depois me saber ainda melhor o tempo que dedico aos outros, que são todos os outros e, sobretudo, aqueles a quem eu quero bem.
Preciso de perder-me a sonhar, de caminhar sem rumo, de me maravilhar diante da beleza, de poder dar atenção a pequenos detalhes que me fascinam e de poder sentir que o mundo é um lugar magnífico e a vida é uma extraordinária dádiva de amor. E acreditar que tudo é grande e bom, que não há impossíveis, e que, na lógica do perpétuo movimento, o que há-de vir será sempre ainda melhor.
Só faltam dois dias para as (minhas) férias grandes...

2 comentários:

  1. Boas férias, Isabel. E para mim, que também tenho algumas por estes dias. :)

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