sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Poesia



É um dos grandes poetas da língua portuguesa, talvez pouco divulgado entre nós.
Na minha sala de aula, o seu poema "Para sempre",  sobre as mães, era leitura obrigatória,  em comparação com o "Poema à mãe" de Eugénio de Andrade.
Era:

"Por que Deus permite
que as mães vão se embora?
Mãe não tem limite,
É tempo sem hora,
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
E a chuva desaba (...) "

E

"No mais fundo de ti
Eu sei que traí, mãe.
Tudo porque já não sou
O retrato adormecido
No fundo dos teus olhos (...) "

Drummond de Andrade morreu há 25 anos. Aqui fica um bocadinho da sua poesia:

O Chão é Cama para o Amor Urgente

O chão é cama para o amor urgente
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a húmida trama

E para repousar do amor, vamos à cama.
(Carlos Drummond de Andrade)

Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
(Carlos Drummond de Andrade)

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