quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Um apelido diferente

 
Gosto de ter um apelido pouco comum. Estou habituada a toda a espécie de perguntas sobre ele. De: "É Mouzinho com s ou com z?" a "Como é que isso se escreve?", passando pelo quase inevitável:  "Apelido? Mouzinho. Como?"  Está claro que Mouzinho não é propriamente Silva, mas basta lembrar Mouzinho de Albuquerque e o indissociável Gungunhana para se compreender que não é assim tão raro. Ou que, pelo menos, já  deveria ter sido ouvido alguma vez. Afinal, é um nome histórico.
Enfim, já nem estranho que me troquem o nome, de Mouzinho para Mourinho, Moutinho, ou outras coisas semelhantes e ainda mais extraordinárias. Piores, diria eu. Como "Mauzinho", na versão espanhola, ou na versão "alcunha", para os  alunos que me acham demasiado exigente. O que, aliás, considero um elogio. Gosto da pergunta: "Quem é a tua professora? A Mouzinho?"
E depois há ainda, na versão mais querida,  - que eu adoro -, a Mouzas, expressão carinhosa que significa, automaticamente, que quem a utiliza gosta de mim.
Agrada-me este nome que me distingue, que está colado à minha pele e à minha personalidade. Há poucos Mouzinhos. E ainda bem! Os Mouzinhos (os da minha família, pelo menos) têm algumas características em comum: são mais dedicados às letras e às artes do que às ciências, têm todos os mesmos olhos e alguns também um nariz peculiar. Há quem os ache um pouco vaidosos, ou mesmo convencidos. Exageros, com o risco e a margem de erro que têm todas as generalizações...
Seja ele qual for, habituamo-nos ao nome que temos, comos nos habituamos à imagem que o espelho nos devolve e a tudo o que nos caracteriza e faz de cada um de nós uma pessoa diferente das demais. Mais que tudo, o meu nome - este nome -  faz parte de mim. E orgulho-me dele. Isabel Mouzinho? Oui, c'est moi!

7 comentários:

  1. Não tenho esse apreço pelos meus nomes....a não ser o próprio, que já foi da minha bisavó, avó e mãe, de modo que é quase como a receita da marmelada, vai passando de geração em geração...quando era miuda detestava o nome até porque as minha irmãs tinham nomes normais como Isabel ou Margarida...
    Quanto aos apelidos, fui Cordeiro até ao casamento e sobretudo, até sair de Lisboa em 1975. Ainda me orgulho de o ter, mas nunca me servi dele e passei a ser conhecida pelo nome de meu marido, Barros, que uso há 39 anos....mesmo agora que já não estou casada...

    Mas o nome é importante...sobretudo quando somos nós que os fazemos...

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    1. A minha avó materna também se chamava Virgínia e, por um triz, não fiquei com o seu nome próprio. Quando eu nasci já tinha uma irmã e toda a gente esperava um rapaz. Só tinham escolhido um nome masculino. Seria João Paulo. E pronto. Mas eu, Deus, o Destino, ou todos juntos, trocámos-lhes as voltas e nasceu outra rapariga. Polémica sobre o nome a escolher que ia de Ana Paula a Fátima, passando por Rosarinho e Virgínia. É que a minha irmã chama-se Maria Teresa, como a avó paterna e havia quem defendesse que eu deveria ter o nome da avó materna, para equilibrar as coisas. No meio desta intensa polémica, a minha mãe optou por um nome "normal", como diz a Virgínia, ou "clássico" como ela gosta de dizer. E chamou-me Isabel Maria. Parece-me que foi uma boa escolha! :))
      Beijinho

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  2. Agora até acho piada ao meu nome....por ser diferente e por gostar muito dos primeiros colonizadores d América, que deram o meu nome a uma das colónias:)))

    Bjo

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  3. Conheço seguramente alguns "Mouzinhos". Quanto aos do passado, são muitos! Mais do que os de Albuquerque, vem-me à memória o da Silveira, o da reforma administrativa. Mouzinho é bem... :))
    Beijinhos,

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  4. Haha, muito bom:) E eu? Laouini? Até Alouin me chamam (Halloween) :)

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  5. Bom, esse seu nome deve dar direito a tudo mesmo! :))

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