sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Beijo


Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.

Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?

É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.

E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...

                                            Alexandre O'Neill



Há dias assim, em que o sabor do teu beijo se me cola à pele em saudade de entrega sem pressa, de instantes que suspendiam o tempo e se faziam infinitos, paixão à solta e tudo só  toque,  boca, mãos, olhos, corpo inteiro...
E, na saudade desses beijos demorados, que valiam todos os beijos do mundo, estão todos os que já demos e os que ainda temos para (nos) dar.

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