quarta-feira, 1 de maio de 2013

Um sorriso que não se esquece


Hoje, o Miguel faria 55 anos.
Há exactamente um ano, quando ainda estávamos todos chocados e comovidos com o seu desaparecimento precoce, acontecido meia dúzia de dias antes, estive pela primeira vez com a Helena Sacadura Cabral, sua mãe e mulher que admiro como poucas.
Totalmente por acaso. De passagem pela Feira do Livro, foi com surpresa que encontrei a Helena naquele lugar e, sobretudo, naquele dia, ao mesmo tempo tão especial e tão doloroso para ela. Resolvi falar-lhe. Hesitei. Decidi-me. E fiz bem. Para mim, foi um encontro absolutamente marcante.  Admirou-me a sua força, a sua imensa coragem, que é também dignidade, que eu já conhecia, mas pude, ali, testemunhar de facto. Tocou-me, em particular, o modo como soube manter o sorriso e conversar, com a sua natural amabilidade; e como me apertou a mão com muita força quando lhe disse  que, apesar de eu ser toda Paulo, me parecia impossível gostar de um dos seus filhos sem gostar também muito do outro.
Depois disto, já voltei a estar com a Helena mais três vezes. Na verdade, hoje, a Helena é para mim uma amiga, uma "blogoamiga", ou "uma amiga da blogosfera" como ela me disse da última vez que nos vimos, que faz parte da minha vida, de quem gosto muito, por quem tenho um carinho e um respeito enormes e muito especiais, como uma espécie de "irmã mais velha" que, com a sua sabedoria, sensatez e bom humor, nos faz sentir bem em todas as circunstâncias da vida.
Na véspera deste nosso primeiro encontro, a Helena escrevera no  Fio de Prumo: Hoje recomecei, mansinho, a trabalhar. Como ele desejaria. Mais uma vez em sua homenagem. Aquela que só uma mãe pode dar.
Impossível ler isto sem nos emocionarmos. E assombrar-nos, com este magnífico exemplo e com este amor lindo, de mãe e de filho. Não espanta, pois, que os filhos da Helena sejam, também, duas pessoas admiráveis.
O Miguel tinha a sua força e a sua generosidade; a inteligência e o dinamismo; o espírito vivo e aquele mesmo sorriso, doce e inigualável, que não se consegue esquecer; e que é bem a prova da veracidade do provérbio: "Quem sai aos seus..."

4 comentários:

  1. Bonita homenagem a uma pessoa viva, pois não acredito em homenagens aos mortos. Só os vivos permanecem connosco, de tal modo que nos influenciam lá de onde estão.

    Não era fã de nenhum dos irmãos, mas admiro a Mãe desde sempre.

    É um exemplo de Mulher acima de tudo, que nos inspira e nos faz melhores.
    Um abraço para ela neste dia.

    Bjo amigo

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    1. Pois eu gosto da família toda ;)

      E a Helena é de facto uma inspiração, que nos puxa para o lado bom da vida e nos ajuda a ser melhores. Concordo plenamente consigo.

      Outro beijinho amigo
      Isabel

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  2. Eu "era" toda Miguel :) Políticos assim, há poucos. Uma serena dignidade, coisa rara. A Helena é uma fonte de sabedoria, natural e autêntica, gosto muito, muito de lê-la.

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    1. Concordo consigo! Infelizmente, políticos assim há poucos, sim.
      E a Helena, bom, impossível não gostar muito dela, porque como tão bem diz o nosso amigo Paulo, ela é "uma força da natureza!"

      Beijinho, Faty! :)

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