terça-feira, 6 de agosto de 2013

O (meu) nome

 


Leio nas notícias que Maria e Rodrigo foram os nomes mais escolhidos pelos portugueses em 2012. Gosto do primeiro e não gosto do segundo, porque em geral não aprecio nomes começados por R. E detenho-me um pouco a pensar nisto. Se tivesse tido uma filha, acho que gostaria de lhe chamar Inês. E se fosse um rapaz? Qualquer coisa entre Miguel, João, Pedro ou Paulo. Os de sempre. Já é de família...
O nome não é uma escolha nossa. Temos o que nos calha em sorte, preso a nós para sempre, quer nos agrade quer não. E com tantas Sónias, Sandras, Soraias, Cátias Vanessas e Carlas Cristinas, ou outras coisas ainda piores, sinto-me feliz que tenham escolhido para mim um nome "clássico", como a minha mãe tanto gosta de dizer com orgulho, e me tenham chamado Isabel.
Gosto deste meu nome de rainhas e de santas, e habituei-me de tal maneira a ele que hoje se me agarra à pele como uma tatuagem, que me define e me antecede, que me distingue e identifica, a ponto de achar que não gostaria de me chamar de outra maneira, porque não seria eu. Creio que é o que acaba por acontecer com toda a gente. O meu nome conta a minha história, a que se vai escrevendo todos os dias, e é já absolutamente indissociável de mim.
A vida toda habituei-me a responder por ele, sentidos alerta quando o ouço, sem diminutivos, de que até gosto, mas nunca foram um hábito, à excepção da "tia Bélita", meio a sério e meio a brincar, de outros terminados em -inha, que surgem ocasionalmente e me deixam sempre enternecida, e ainda daquelas pequenas meiguices que apenas existem na intimidade secreta que se vive a dois e apenas aí fazem sentido, porque então tudo é permitido.
E só eu sei o quanto gosto, e o efeito que causa em mim, ouvir o meu nome pronunciado por uma voz que eu amo ou que me é querida...

2 comentários:

  1. Olá, Isabel!
    Hoje vim por em dia a leitura no seu blog. Estive uns dias sem vir ao computador e outros com alguma preguiça...coisas que nos dá de vez em quando .Escolhi este post para fazer os meus comentários. o seu nome parece que voltou a ser moda, para desagrado da minha filha que é sua homónima.Diz que durante anos sentia-se bem sem ninguém com nome igual nos diversos graus de ensino por onde foi passando. Ela era a única!(risos)...
    Três dos meus quatro filhos têm nomes bíblicos, não por uma questão de religiosidade, mas porque gosto de nomes simples.O mais velho chama-se Pedro . A Carolina, a segunda filha, tem nome de origem norte americano. Na altura foi um nome estranho para grande parte das pessoas dos meus conhecimentos, mas desconheciam as razões. teve influência numa canção de Chico Buarque. Depois choveu Carolinas...Já agora, o outro que falta chama-se Emanuel...
    Gostei e ri-me com o que escreveu nesta postagem...O sr professor que faleceu e que escreve sobre no seu último post, tinha muita razão em incentivá-la na escrita!...
    Beijinhos.

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    1. Obrigada, Madalena!
      O meu nome voltou a ser moda? Nunca foi exactamente. Há sempre algumas, não muitas. Sei isso pelas alunas - eheheh! É mais como diz a minha mãe: um clássico! ;)
      Na verdade o meu nome é Isabel Maria (e a minha irmã Maria Teresa - dois nomes "lindos", ainda segundo a minha mãe), mas não me reconheço como Isabel Maria, porque ninguém se me dirige nunca assim e só quando era pequena me chamavam assim para me ralhar.
      E já sabia que se ouvisse "Isabel Maria!" era porque se tratava mesmo de um caso sério... :D

      Beijinhos

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