sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Praxes



Felizmente, na altura em que andei na universidade não havia gente vestida com aquele ridículo traje preto, não se benziam fitas, nem havia as praxes e toda a palhaçada degradante, sem sentido e sem graça sequer, que lhe está associada. Agora é ao contrário. Essa espécie de "carnaval" fora de horas vulgarizou-se no pior sentido do termo e os que tentam evitá-lo são até considerados um pouco estranhos. Ou sem sentido de humor. Ou qualquer coisa neste género.
A este respeito, José Manuel Pureza escreve hoje um artigo de opinião no DN com o qual concordo em grande parte, apesar de politicamente termos ideias muito diferentes. Aqui ficam algumas passagens. 
O artigo inteiro pode ler-se aqui.
Agora são os dias em que se vêem e ouvem nas ruas da minha cidade - e de muitas outras cidades do País - grupos que invadem o espaço público gritando alarvidades, macaqueando encenações que misturam militarismo e deboche ou exibindo em cortejos e em performances localizadas rituais de humilhação coletiva e de rebaixamento.
Chamam-lhe praxe. E em nome desse nome, a minha cidade - e muitas outras cidades do País - tolera o intolerável: a indignidade.
(...) A praxe é a carnavalização pimba da desesperança que hoje habita a universidade. (...) Uma sociedade sem direitos humanos nem pensamento crítico - eis a sociedade que a praxe revela. (...)
Se a praxe é uma grotesca fotografia, são as realidades que ela retrata que precisam de ser mudadas. Mudar a universidade, desde logo, assumindo-a como lugar de conhecimento e de ciência e, por isso, de culto da permanente insatisfação (...) Uma universidade assim, em que tecnologias e humanidades dão as mãos no desenvolvimento de um pensamento crítico,(...) forma, sim, cidadãos inquietos e exigentes(...)

6 comentários:

  1. Sem dúvida, concordo com o post e com o texto citado. Está tudo dito.

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  2. As praxes foram vulgarizadas pelos excessos cometidos.

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  3. Curto e grosso: patetas alegres e palhaços tristes! Sem mais comentários.

    Beijinho :)

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    1. Isso mesmo, Paulo!...
      Afinal verifico (e é uma surpresa boa) que há muita gente que pensa como eu.

      Beijinho :)

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