domingo, 29 de novembro de 2015

E é isto!...


Recapitulemos. A 4 de Outubro, a vitória da coligação de "direita" e da "austeridade" provou que o povo é masoquista e retardado. Horas depois, ou o tempo necessário para contar os deputados, apurou-se que afinal a maioria do povo derrotou a "austeridade" nas urnas e concluiu-se, com alívio, que o povo masoquista e retardado é minoritário. O exercício, então, consistiu em parodiar na internet e na nobre arte do comentário político a falta de competência aritmética da "direita", já que 122 lugares na AR são mais do que 107 - "Qual é a parte que não percebem?", repetia-se por aí. Dada a suprema importância dos parlamentares exigia-se que o PR indigitasse a aliança de esquerda sem ouvir nenhum. Enquanto isso, insultava-se "o Cavaco", que por sua vez indigitou Passos Coelho. Derrubado Passos Coelho, reclamou-se a nomeação imediata do Dr. Costa, ameaçou-se com baderna pública e decidiu-se que "o Cavaco", entretanto ocupado a receber meio mundo, não respeita a Constituição e o eleitorado, embora o homem agisse de acordo com a primeira e tivesse sido eleito em duas ocasiões pelo segundo (a parcela masoquista e retardada). Tudo, da sagrada "lei fundamental" à plebe, existe apenas para ser torcido a benefício da vanguarda esclarecida.
Hoje, com a cedência do PR à piedosa mentira da "inevitabilidade" do governo PS, enterrou-se (entre insultos) "o Cavaco" e passou-se a biografar os membros da coisa como se os ditos fossem para levar a sério. Não são. Desde logo são, sem excepção ou duvida, cúmplices de uma golpadazita - inteiramente "conchcinal", dirá o Dr. Costa - , o que por si define o respectivo carácter. À lupa, são no máximo antigos serviçais da autarquia, zombies "socráticos", favores, flores, emissários de interesses, em suma ninguém. Dissecar o currículo formal de cada um , mesmo agrupando os diversos agregados familiares que por lá andam, tem uma utilidade reduzida e não será grande contributo para prever o futuro e a essência do novo tempo, do novo homem, enfim da nova ordem emergente. A nova ordem está nos pormenores, e nem se esgota no rancho que tomou posse há dias.
(...)
O único "princípio" do PS é a convicção profunda e feroz de que nasceu para mandar nisto, custe o que custar. E, se custa muito resignarmo-nos à arrogância de rústicos, a eles custa pouco partilhar o poder com quem partilha a descrença na democracia e a crença na superioridade inata. Só espanta que o arranque demorasse tanto. A nova ordem, feita de brutalidade, retórica de 4ª classe (sem exame), intolerância, comparsas, falências, delírios, respeitinho e a terminal anexação do país pelo Estado, é um projecto velho.
Este é apenas um excerto do artigo de opinião de Alberto Gonçalves, hoje, DN, Chama-se "A nova ordem nacional" e vale bem uma leitura na íntegra, para se perceber, uma vez mais, como estamos, de facto, "entregues à bicharada", para usar uma expressão prosaica e apropriada. De resto, se dúvidas restassem, bastaria ver por alguns segundos o vídeo abaixo, para se perceber o nível. Patético, no mínimo...

2 comentários:

  1. Obrigada Isabel! Vou colocar este jornalista na minha lista de preferências. Lúcido e incisivo.
    Rezo para que a Coligação mantenha a dignidade e a coragem de verdadeira Oposição.
    Beijinho :)

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    1. Vale a pena ler estas crónicas dos Domingos.
      Pois, agora é esperar para ver...

      Beijinho :)

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