terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Carnaval


Hoje é Carnaval no calendário, dia de alegria com hora marcada e prazo de validade limitado. Não gosto de festas assim, gosto do inesperado e do incerto, do que chega sem aviso prévio e não se sabe se vem para ficar, ou se é fugaz e não se demora.
O Carnaval é a euforia de te ter perto, o coração desenfreado no peito e a urgência de ti, o corpo entregue aos excessos da paixão, o desregramento dos sentidos, o despropósito de tudo o que me provocas e fazes pensar, a volúpia de tanto que já fizémos e do muito que ainda nos falta fazer.
É acreditar e descrer, querer-te  e não precisar de ti, apetecer-me o teu corpo, o teu colo, o teu abraço e doer um bocadinho não te ter agora aqui.
Se eu acreditasse em disfarces, hoje vestia-me de bruxa para te lançar um feitiço que te colasse ao meu coração e à minha pele,  que  me deixasse olhar-te, tocar-te e abraçar-te quando e quanto quisesse; e que  pudesse dar largas a este desejo  imoderado, que me desnorteia e desconcerta e assusta,  no prazer e no luxo desmesurados de te ter sempre comigo.

4 comentários:

  1. Belo texto.

    Para mim, Carnaval é carne e luxúria. Dissimulação e fantasia. É o bom pecado que se adensa e transige.

    Bom Carnaval, Isabel!

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    1. Pois parece que a palavra Carnaval vem do latim "carne vale". Tudo a ver com a luxúria e os prazeres da carne, portanto ;)

      Gosto da sua definição:"o bom pecado que se adensa e transige..."

      Obrigada por tudo Paulo e bom Carnaval também para si (eu estou a trabalhar :(, mas de hoje a uma semana vingo-me e tenho o meu dia de Carnaval - fora de horas, que é como eu gosto :))

      Beijinho
      Belinha

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  2. ...que ritmo!!!!! Estás tremenda Isabel :-))))

    Bjs Miguel

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