sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Escrever


Como é bom escrever ao apelo incerto do que nos faz sinais. Como é fascinante escrever para saber o que é. Indeciso apelo, motivo que o não é, até se saber o que é. Trazê-lo à vida da sua nebulosa, captá-lo na errância de uma inquieta procura. Obedecer ao impulso que sobe em nós em energia e movimentação, na necessidade de o realizar e ele coalhar em escrita, no irreal da sua realização. Estremecer ao aviso, persegui-lo até onde não sabemos o seu tudo, depois da surpresa do que lá estava. Escrever é não saber para saber.  Mas (...) o que se encontra é ainda a procura.
 Vergílio Ferreira

4 comentários:

  1. Que belo post!!! E a imagem, animada, gostei!

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    1. Obrigada! Tantas vezes encontramos nos outros exactamente o que é para nós a verdade de cada momento, não é?

      Beijinho :)

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  2. Bom dia Isabel. Gostei muito de ler este texto de Vergílio Ferreira.Fez-me e faz-me lembrar EU mesma, quando escrevo e o que se encontra é " Mas (...) o que se encontra é ainda a procura". Desde menina e moça que escrevo e guardo os meus escritos. Começaram por ser autênticos relatos de uma dia inteiro e depois passaram a ser " sentires", bons ou menos bons, digamos assim.

    Acho que é mesmo como diz, encontramos nos outros exatamente o que é para nós a verdade! Pelo menos, não nos sentimos sós... e isso acalenta-me a alma. Bj e obrigada

    Lembrei-me, sem nada a propósito, que há um filme que vou ver e que ainda não vi...chama-se " As palavras!". Mas já vi " bocadinhos " do filme e parece-me muito bom!

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    1. Já vi esse filme. Ana! Gostei muito. Vale a pena ver...
      Quanto a Vergílio Ferreira é, talvez, o meu autor português favorito.

      Beijinho
      Isabel

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