quinta-feira, 7 de novembro de 2013

L'Étranger



Devia ter dezasseis ou dezassete anos quando li l' Étranger pela primeira vez. E esse contacto inicial com um dos grandes autores da literatura francesa foi para mim de uma importância determinante, apesar de, na altura, não ter sequer consciência disso. Mas lembro-me ainda da estranheza que o livro me causou, misto de desconforto, apego e inquietação. A ponto de nunca mais ter conseguido esquecer o seu fortíssimo incipit: Aujoud'hui, maman est morte. Ou peut-être hier, je ne sais pas.
E de querer conhecer mais livros e autores da língua pela qual tenho, ainda hoje, uma tão grande paixão. Só mais tarde viria a perceber que esta obra, publicada em 1942, adapatda ao cinema em 67 por Visconti, traduzida em variadíssimas línguas e muito lida, mesmo na actualidade, é um dos textos incontornáveis da literatura-mundo.
Albert Camus (1913-1960), o seu autor, nasceu há exactamente cem anos. É um escritor que me marcou, um dos que fazem parte da minha vida. Foi o DO que me relembrou a comemoração do centenário. E, uma vez mais, vale a pena ler o que Pedro Correia escreveu sobre ele
E para os que acham que a literatura só interessa às pessoas das Humanidades, aí está a prova de que ela pode ser capaz de modificar-nos e de nos ensinar a procurar um significado para a vida, nem que seja na coexistência com a sua impossibilidade.

6 comentários:

  1. "estranheza que o livro me causou, misto de desconforto, apego e inquietação". Parecem os ingredientes necessários para ficarmos presos a um livro, ou pelo menos alguns dos necessários.

    Ah, eu sou das... Humanidades :)

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  2. Das Humanidades devíamos ser todos, Maria. As coisas não são incompatíveis, apesar de muitos nos quererem fazer crer o contrário. E falta muita "humanidade" por aí... ;)

    Beijinho

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  3. Fora de tópico

    Helena Sacadura Cabral poderá ser vista e ouvida no próximo sábado, no programa do Herman José.
    Junte-se Margarida Rebelo Pinto.
    A ver, não tenho dúvida.

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  4. Já sabia, António, mas agradeço-lhe na mesma. Ouvir HSC é sempre um prazer, E no entanto, neste caso não sei. É que não aguento o Herman. E nem devo estar em casa. Talvez veja mais tarde na internet.

    Espero que continue em franca recuperação. Bom fim de semana. Beijinho

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  5. Li na universidade, no original. Hoje acho que já não conseguia - perdi o francês pelo caminho. Adorei, claro.

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