domingo, 26 de outubro de 2014

Mais perto das emoções


Esta noite é toda ela do Luís Represas, meu amigo e irmão, que faz parte  da minha vida quase desde sempre, e com quem ao longo dos anos tenho vivido muitas outras noites de emoção e sentimentos.
Mas nenhuma é igual. E esta foi, talvez, a mais diferente de todas. Mais intimista e intensa, mais virada para dentro, e ainda mais perto do que, no mais fundo de nós, nos faz enternecer e sonhar.
No palco, menos músicos e instrumentos do que é habitual; apenas um piano, um contrabaixo e a voz singular de um cantor excepcional, que arrepia e encanta, que nos leva para longe e permite sentir o que é impossível de explicar.
Um concerto é sempre um momento especial. De entrega e de cumplicidade. Nada a ver com o dia a dia, em que ouvimos as canções, gostamos delas  e fazemo-las nossas, passamos a sentir que nos pertencem também um bocadinho e a associá-las  a histórias vividas, que só nós sabemos. Mas é nos concertos que elas ganham mais vida e mais sentido, que se nos colam ao coração e à pele, e que a relação entre quem canta e quem ouve cantar se torna mais próxima. Como um longo e festivo abraço.
O Luís diz que "as notas são como as cores. Só aparentemente solitárias". Hoje, através delas e das canções de antes e de agora, fizemos juntos uma imensa viagem, daquelas que se saboreiam devagar e se recordam durante muito tempo, ou mesmo para sempre.
O Ricardo Ribeiro (que nunca tinha ouvido ao vivo) e o Stewart Sukuma (que eu não conhecia), também eles donos de magníficas vozes,  ajudaram a tornar tudo ainda mais bonito e a noite verdadeiramente diferente. Tocante. Inesquecível. "Tomara que fosse sempre assim..."
(Fotografia de Mónica Joady, encontrada há algum tempo, algures pela net.)

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