sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O Prémio Nobel


Nunca liguei muito ao Prémio Nobel, que sempre me pareceu muito mais baseado em critérios políticos do que outra coisa qualquer. E não é apenas por o único nome da literatura portuguesa que até agora foi distinguido com esse galardão ser um escritor que eu considero menor, ou pelo menos muitíssimo inferior a outros nomes que, quanto a mim, o mereceriam muito mais, para dizer o mínimo.
Desta vez, confesso a minha total ignorância. Nunca li Patrick Modiano, apesar de conhecer  razoavelmente a literatura francesa. Pior: nunca ouvira falar dele.
Mas afinal, verifico que há quem pense mais ou menos como eu. Maria Alzira Seixo, a cuja opinião dou sempre muito valor, disse isto:
JEAN ÉCHENOZ é o maior romancista francês vivo - lamento, estimados colegas do Comité Nobel... Além disso, e para só dar um exemplo, a literatura portuguesa actual é muito mais rica que a francesa. E não é bem uma opinião: uma vez que trabalho de perto com ambas, considero que é um facto.
Também no DO, encontrei hoje um texto de Rui Herbon, com o qual concordo. Aqui fica uma passagem: 
Talvez isto dos prémios não seja assim tão importante (...) quem se recorda hoje os senhores Mommsen, Mitral, Spitteler, Rolland e Sillanpää? Quem me sabe dizer se o prémio foi concedido a Galsworthy ou Gawsworth e qual a especialidade do dito premiado? E o que dizer da lista dos não premiados, que inclui nomes como Proust, Conrad, Joyce, Musil ou Borges? Na realidade a academia sueca parece cometer erros iguais ou semelhantes aos de qualquer júri de província, e não receber esse prémio, para um grande escritor, talvez seja uma honra muito maior.
E é isto!...

Sem comentários:

Enviar um comentário