sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Viajar no Inverno



http://www.youtube.com/watch?v=9mGjh-oaGY4

Sou visceralmente citadina. Quem me conhece sabe da minha paixão por Lisboa, por Paris e por Sevilha. E do meu desejo de conhecer outras cidades, Buenos Aires, Nova Iorque, Rio da Janeiro. 
Há nas cidades um magnetismo, um mistério, uma magia qualquer, que não sei explicar e me seduz.  Deslumbro-me a vê-las despertar e ganhar vida logo de manhã, cativa-me o movimento das ruas, o bulício ao fim da tarde e os silêncios e ruídos que diferenciam as noites e os dias. Atrai-me a vida a correr contra o tempo como se tudo fosse sempre muito urgente e delicio-me a descobrir recantos tranquilos e secretos. Gosto das especificidades de cada lugar, das cores, dos sons e dos cheiros que os caracterizam, de admirar a arquitectura dos edifícios onde o novo e o antigo coexistem, às vezes em harmonia e outras vezes nem tanto, de observar as pessoas e olhar atentamente as centenas de coisas que em cada momento me passam diante dos olhos e me avivam o espírito. 
Na verdade, sempre que penso em viajar, é de uma cidade que me lembro em primeiro lugar. E faltam-me tantas!... Na Europa, por exemplo, faltam-me quase todas as cidades românticas: Veneza, Praga, Budapeste, Bruges, Florença, Roma, Amsterdão. Ah, tivesse eu mais tempo e, sobretudo mais dinheiro, e já teria ido a quase todas.
Mas evito viajar no Verão. Porque é um tempo de excessos. Há o calor e as moscas e gente a mais por todo o lado. Mesmo quando as férias grandes eram em Agosto, gostava de aproveitar os feriados de Dezembro para sair. Nem que fosse para Espanha, sempre aqui tão perto.
No ano passado experimentei pela primeira vez sair entre o Natal e o Ano Novo. E foi muito bom. Tanto, que este ano gostava de poder repetir. A hipótese ainda surgiu (e era Veneza), mas afinal parece que já não vai ser possível. Não importa! Lembra-me aquela canção de Reggiani:
Venise n'est pas en Italie/ Venise c'est chez n'importe qui/ Fais-lui l'amour dans un grenier/ Et foutez-vous des gondoliers/ Venise n'est pas là où tu crois/ Venise aujourd'hui c'est chez toi/ C'est où tu vas, c'est où tu veux/ C'est l'endroit où tu es heureux.
E, apesar da minha extrema urbanidade, às vezes também tenho vontade de silêncio e de sossego. E acontece-me querer "perder-me" em fundo verde, ou azul. Sou mais praia do que campo, ainda assim; sinto o apelo da água mais do que o da terra e, por isso, gosto frequentemente de me escapar para junto do mar. É o que vou fazer já hoje!...

4 comentários:

  1. Nasci e criei-me entre mar e campo, mas a minha preferência é o primeiro!...Dispenso muito bem o segundo! Faz-me confusão o pó e a bicharada. (risos) A trazeira da casa onde nasci e vivi largos anos, fica virada para terrenos de campo. E a frente,MAR! Não dava assim tanto valor a estas paisagens...Hoje dou.
    Também gosto muito de sair de casa dois dias após o Natal . De preferência para lugares com cheiros natalícios. Tenho ficado em cidades portuguesas. Gosto de Viseu e Braga. Aliás, a segunda continua a ser a minha cidade de eleição em Portugal...
    Temos alguns( ou talvez muitos) gostos em comum. É agradável quando nos indentificamos com alguém.
    Beijinhos, Isabel.

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    1. As minhas primeiras preferências são sempre as cidades. Mas este fim de semana junto ao mar soube-me maravilhosamente. ;)

      Beijinho, Madalena.

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  2. Conheço muito bem (vivi em duas delas) as três que gostaria de conhecer: Buenos Aires é uma Paris tropical, linda! As outras europeias, também. Quanto a Veneza (belíssima) por vezes não tem o melhor cheiro (dizem que é do sistema de comportas)... Quanto à época do ano, olhe, não sei. Adorei as três semanas de Paris que passei em Agosto e Setembro - até fotografei o Arco do Triunfo sem gente nem automóveis, como viu Não gosto de muita roupa, mas até no Verão teria de a usar em abundância se visitasse a Islândia. Umas das três viagens que me falta fazer e um dos meus melhores sonhos.

    Beijinho :)

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  3. Pois, como vê, ainda me falta muita coisa. Algum dia será! E apesar do que digo de Agosto, já viajei nesse mês e se a hipótese surgir voltarei a fazê-lo. Porque a vontade de viajar sobrepõe-se a qualquer "esquisitice". Gosto de viajar na Primavera e no Outono, podendo escolher. E Paris no Natal é ainda mais magnífica... ai, ai (suspiro)
    Beijinho :)

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