sexta-feira, 11 de março de 2016

Despedida


E pronto. Paulo Portas despede-se este fim de semana do CDS. Foi um percurso longo e é certo que tudo tem um tempo. Mas eu não gosto de despedidas. E, contrariamente à voz corrente, acho que ninguém é substituível. Ainda que consiga entender tudo, e compreender racionalmente que é o momento certo para procurar outros caminhos, tenho pena. É inevitável.
Paulo Portas tem uma marca fortíssima. Por isso suscita amores e ódios quase iguais em grau de intensidade e opiniões inflamadas a favor ou contra. Seja o que for que venha a fazer a seguir, estou certa que o fará bem, como sempre. Com garra, com inteligência e com a mesma determinação apaixonada que o caracterizam. Portugal tem muito a agradecer-lhe. Mas, ingrato e medíocre, não o soube merecer.
Quando amanhã, em Gondomar, ouvirmos, emocionados e atentos, o seu último discurso de líder, teremos a certeza de que se encerra um ciclo e se inicia uma mudança de estilo e de rumo. E estou certa que, como ele disse, com o habitual sentido de humor que é herança materna, não será um "adeus", nem um "até amanhã, camaradas". Será um "até sempre".
O futuro do CDS é ainda uma incógnita. Quem lhe sucede não tem, decerto, uma tarefa fácil. O CDS pós-Portas pode ser pior, ou melhor, não sei, (tenho dúvidas, mesmo eu, que sou uma optimista), mas será seguramente diferente. Porque Paulo Portas é inigualável. E qualquer cópia seria sempre mais imperfeita que o original. Mas seja como for, para mim, tenho a certeza absoluta que, venha quem vier, Paulo Portas continuará sempre a ser, destacadamente, o melhor de todos!...

(Fotografia de Isabel Santiago Henriques)

Sem comentários:

Enviar um comentário